Apoio e cuidados da família diminuem sofrimento de quem tem Mal de Alzheimer

Com o aumento do ritmo de envelhecimento da população brasileira, cresce a preocupação com a incidência das doenças neurodegenerativas, entre elas, o Mal de Alzheimer. Nos últimos 20 anos, o número de idosos mais que dobrou e atingiu 23,5 milhões de pessoas em 2011, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A previsão é que o número de idosos no Brasil triplique até 2050, passando para 64 milhões de pessoas.

Diante deste quadro, é importante lembrar que a velhice não uma é doença, no entanto, a família precisa estar atenta às mudanças de comportamento dos idosos. “O diagnóstico do Mal de Alzheimer é exclusivamente clínico e depende de uma boa história e de um bom exame neurológico. Os exames laboratoriais e de imagem servem para afastar outras causas de demência”, explica o neurologista Eduardo Genaro Mutarelli (CRM 42.777/SP), do Hospital Sírio Libanês e membro da DFVNeuro.

O que é a doença de Alzheimer?

O Mal de Alzheimer é uma doença neurodegenerativa e a mais frequente das demências. Ela ocorre pela degeneração dos neurônios, possivelmente causada por elementos tóxicos. “Hoje, acredita-se que a causa seja a alteração no metabolismo das proteínasTau e beta amilóide, que se acumulam, de modo tóxico, no cérebro. O Mal de Alzheimer, que provoca o declínio das funções intelectuais, não tem cura e causa grande impacto no cotidiano da pessoa”, afirma o médico.

No início, o paciente começa a perder sua memória mais recente. Depois, as capacidades de aprendizado, de atenção, de orientação, de compreensão e de linguagem são afetadas. Com o Alzheimer, a pessoa fica cada vez mais dependente da ajuda dos outros, até mesmo para rotinas básicas, como a higiene pessoal e a alimentação.

O que causa a doença de Alzheimer?

Não se sabe ao certo os motivos que levam o indivíduo a desenvolver a doença. Algumas teorias dão conta de que pessoas que não se cuidam, principalmente em relação à hipertensão arterial, que não se mantêm ativas física e mentalmente e acostumadas a comer muita gordura ou expostas a tóxicos ambientais podem desenvolver a doença. No entanto, o envelhecimento é o principal fator de risco para o aparecimento do Alzheimer. “Pessoas entre 65 e 70 anos têm chances 1% a 3% maiores de desenvolver a doença enquanto pessoas com mais de 85 anos têm 30% a 50% a mais de probabilidade de ter Alzheimer”, enfatiza o Dr. Eduardo Mutarelli.

Trabalhos recentes mostram que o componente genético é um fator menor para o Mal de Alzheimer. Porém, se a doença inicia-se antes dos 65 anos, tipicamente ao redor dos 45 anos, a possibilidade de transmissão genética aumenta consideravelmente.

Familiares e cuidadores devem estar preparados

Tão importante quanto o acompanhamento médico é a orientação dos familiares e cuidadores, porque quem já teve algum paciente com Alzheimer em casa sabe que ocorre uma alteração importante na dinâmica do ambiente domiciliar. “O apoio e os cuidados da família e a participação da comunidade na compreensão da doença são certamente mais importantes que a medicação”, destaca o neurologista.

A alteração na dinâmica familiar causa estresse tanto nos pacientes quanto nos familiares e cuidadores que “precisam estar preparados antecipadamente para compreender melhor algumas atitudes do paciente”, alerta o Dr. Mutarelli.

Quais os cuidados com quem tem Alzheimer?

  • Manter ambientes com alguma iluminação durante a noite;
  • Retirar trancas dos banheiros ou manter chaves reserva em local acessível;
  • Retirar da casa armas, venenos e plantas venenosas;
  • Controlar o acesso a substâncias tóxicas, como medicamentos;
  • Guardar utensílios de cozinha com travas nos armários à prova de criança;
  • Identificar a pessoa e colocar endereço e telefone na carteira, corrente ou pulseira;
  • Criar ambiente tranquilo e harmônico para manter a pessoa estável;
  • Manter uma rotina diária para o sono, banho, café, almoço e jantar.

Prevenção

O Alzheimer ainda não possui uma forma de prevenção. Porém, alguns trabalhos científicos demonstram que manter corpo e cabeça ativos e possuir rotina social permite, pelo menos, retardar as manifestações da doença. Entre as atividades recomendadas para estimular a memória estão palavras cruzadas, leitura constante, exercícios de aritmética, jogos inteligentes e participação em atividades de grupo.

Estatísticas

No Brasil, existem cerca de 15 milhões de pessoas com mais de 60 anos de idade e 6% delas sofrem da doença de Alzheimer, segundo a Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz). Após os 85 anos, a estimativa é que de 10% a 30% dos idosos são afetados pela doença. Em todo o mundo, 15 milhões de pessoas tem Mal de Alzheimer.

Fonte: Corbis

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Redação Vida Equilíbrio

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