Atletas e hábitos alimentares para aumentar fertilidade
Atletas profissionais geralmente são reconhecidos pela sua performance no esporte, mas os alimentos que consomem ou anunciam nem sempre são considerados saudáveis. Por conta da rotina estafante que enfrentam, geralmente a alimentação é rica em calorias e pobre em nutrientes. Estudo a ser publicado na edição de novembro do jornal Pediatrics mostra que, de 62 campanhas publicitárias realizadas por atletas norte-americanos em 2010, 79% se enquadravam na categoria junk food – promovendo alimentos desprovidos de qualquer valor nutricional. Em relação aos comerciais de bebidas, praticamente 100% das calorias eram provenientes de açúcar. Marie Bragg, pesquisadora da Universidade de Yale, afirma que, apesar da aura de saúde que envolve a imagem dos atletas, eles acabam endossando produtos que não contribuem em nada com a saúde da população. Ainda pior: quando adotam de fato uma dieta pouco saudável, tendem a enfrentar problemas até mesmo com a fertilidade.
Estudos desenvolvidos no Instituto Sapientiae, braço acadêmico do Grupo Fertility, revelam que pessoas que modificaram seus hábitos alimentares – reduzindo o consumo de fast food e de bebidas alcoólicas – durante o tratamento de fertilização assistida, duplicaram suas chances de engravidar. “Infelizmente, o hábito de almoçar em redes de fast food, consumindo os clássicos lanches com maionese e bacon, acompanhados de batatas fritas e refrigerante, já foi incorporado por muitos jovens, adultos e, inclusive, atletas. Além dos inúmeros estudos comprovando os malefícios à saúde como um todo – desencadeando obesidade e diabetes – há evidências do prejuízo causado em casais que desejam ter um filho”, diz Assumpto Iaconelli Junior, especialista em Medicina Reprodutiva e diretor da instituição.
Além das carnes que levam hormônios para ficarem mais tenras, os alimentos que levam gordura trans na composição representam um verdadeiro perigo para a saúde, podendo retardar a gravidez. Iaconelli diz que o diabetes tipo 2 geralmente está associado à obesidade e resistência à insulina. Essas duas condições podem causar deficiência hormonal na mulher, assim como ciclo menstrual irregular e infertilidade. Já o diabetes tipo 1, que normalmente acomete pacientes jovens, ocorre quando as células no pâncreas que produzem insulina são destruídas por anticorpos. Esse processo também pode se estender a outros órgãos endócrinos, incluindo os ovários, impossibilitando a gravidez.
“Gestantes que não mantêm o diabetes bem controlado nas primeiras semanas de gravidez têm entre duas e quatro vezes mais chances de gerar uma criança com defeitos, estão mais sujeitas a hemorragias e partos prematuros. Também os homens são afetados pela doença. Testes de DNA com espermatozoides de pacientes diabéticos demonstram maior quantidade de material defeituoso, podendo levar a infertilidade masculina, problemas de gestação e abortos espontâneos, principalmente quando o paciente não sabe que está diabético”, diz o especialista. O aumento dos casos de diabetes tem preocupado os médicos. “Em cada seis casais em que um dos cônjuges é portador de diabetes tipo 2, pelo menos um precisa recorrer a técnicas de fertilização assistida.”
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Redação Vida Equilíbrio