“Cardápio antiespinhas” ajuda a controlar o quadro da Acne

Foto: Corbis

A acne é a doença dermatológica mais comum do mundo. O problema afeta milhões de pessoas, segundo dados apresentados no último Meeting da Academia Americana de Dermatologia: 20% da população mundial estão sofrendo ou já sofreu desse problema. A acne é uma doença multifatorial que surge na adolescência, acometendo as áreas oleosas da face, costas e tórax. Estão envolvidos na patogênese da doença o aumento da oleosidade, a inflamação, o espessamento dos folículos (hiperqueratose folicular) e a infecção pela bactéria P. Acnes. “Essa bactéria degrada o sebo em ácidos graxos livres, produtos pró-inflamatórios que colaboram para piorar a inflamação”, comenta Dr. Jardis Volpe, Dermatologista Membro da Sociedade Americana de Acne e Rosácea. Segundo o especialista, existem graus diversos da doença. “Em geral, dividimos a acne em comedoniana, quando estão mais presentes os comedões e cravos, e inflamatória, quando já encontramos aquelas lesões típicas, avermelhadas e com mais inflamação”.

Os tratamentos para a acne são individualizados de acordo com o grau da doença, e envolvem medicamentos tópicos e orais que controlam a seborreia, a inflamação e a infecção do P. Acne. “É por esse motivo que muitas vezes prescrevemos antibióticos tópicos ou orais para o tratamento da doença. O que se discute hoje nos congressos é o desenvolvimento de uma vacina eficaz contra o P. Acne, ainda não disponível”, comenta Volpe.

Em casos mais graves, os especialistas indicam o uso da vitamina A ácida, a isotretinoína, conhecida por seu nome comercial – Roacutan. Segundo os dermatologistas, o medicamento é eficaz, porém não livre de efeitos colaterais, como ressecamento de boca, olho e nariz em 100% dos casos, além de risco de alterações no fígado, má formação fetal e depressão. “A isotretinoína deve ser usada em casos graves, mas hoje, muitos pais pedem para usarmos tratamentos alternativos em seus filhos, com medo dos efeitos colaterais possíveis”, afirma Dr. Volpe. Sendo assim, a comunidade científica está de olho nos chamados “tratamentos complementares” para as espinhas – desde medidas que alterem o hábito de vida até tratamentos a laser que possam promover uma melhora mais acelerada e melhor controle da doença.

No caso dos lasers, Volpe, que também é membro da Sociedade Americana de Laser, explica que as pesquisas estão avançando nesse sentido, e que, atualmente, o grupo de laser de Harvard estuda uma nova tecnologia a laser cujo alvo seria a destruição seletiva da glândula sebácea – efeito similar ao da isotretinoína, porém sem efeitos sistêmicos.
“Essa tecnologia já está sendo bastante estudada, e o que se quer fazer é reduzir ou destruir uma boa parte das glândulas sebáceas, sem atingir outros elementos da pele. Será um avanço no tratamento da acne que estará disponível nos próximos anos”, afirma.  Volpe,responsável pelo tratamento das espinhas do jogador Neymar, também comenta que os lasers têm papel adjuvante, principalmente quando o paciente prefere não usar medicamentos mais fortes ou apresenta pele sensível aos tópicos.

Em relação à alimentação, as pesquisas mostram uma relação positiva entre uma alimentação com alimentos de baixo índice glicêmico e melhor controle das espinhas. “A insulina tem um papel inflamatório e parece agravar ainda mais a inflamação e aumentar a severidade da doença”, explica Volpe, que ainda destaca o papel dos leites e derivados na piora do quadro. Por outro lado, alimentos com baixo índice glicêmico, probióticos, ómega-3 e antioxidantes parecem ter um impacto positivo no controle da doença. “Quem ajusta a alimentação consegue controlar melhor o problema”, explica o especialista.

Conheça abaixo, alguns métodos a laser para o tratamento das espinhas, já disponíveis no Brasil:

1) Isolaz: método que consiste em unir um sistema de vácuo e um de laser indolor para realizar uma limpeza profunda na pele. O aparelho realiza uma pequena pressão sobre os poros quando do contato com a pele, extraindo sebo das lesões da acne e em seguida emitindo uma luz pulsada que tem como objetivo destruir a bactéria que causa a acne.
Uma vez por semana, de quatro a oito semanas de tratamento.

2) Luz azul emitida por diodo (LED) – luz azul: tem se mostrado importante por sua capacidade de reduzir a quantidade de Propionibacterium acnes. Nos EUA, esse tratamento já pode ser feito em casa, com o auxílio de home devices.
Duas vezes por semana, durante dez semanas

3) Genesis: laser pulsado que gera aquecimento, reduzindo poros abertos, oleosidade e inflamação.
Uma vez por semana, durante seis semanas.

Além da indicação de tratamentos individualizados, Volpe reforça que são importantes alguns cuidados com a dieta. “Durante muito tempo, parte da comunidade médica dizia que a alimentação não interferia no quadro. Mas, na verdade, a alimentação não causa a acne, mas influencia na sua melhora ou piora”, comenta.
Deste modo, para facilitar a identificação desses alimentos, os especialistas americanos classificaram a alimentação como Os Big Five, as cinco classes de alimentos que podem ter algum impacto na doença: os carboidratos, os alimentos de leite e derivados, os antioxidantes, óleo de peixe (ômega 3) e os probióticos.

ALIMENTO AÇÃO
 

 

 

Carboidratos

Alguns estudos comprovaram que em algumas sociedades com baixo consumo de carboidratos e baixo índice de glicemia não foram encontradas pessoas com acne. Um outro estudo na Austrália, 23 homens entre 15 e 25 anos, com acne, fizeram dieta com baixo índice glicêmico. Houve uma melhora significativa na severidade da acne. Os principais inimigos são o açúcar ou os carboidratos vazios, como os alimentos feitos com farinha branca, arroz branco, batata e os derivados da cana de açúcar, não só o açúcar, que liberam insulina no sangue. Este processo libera uma cascata de eventos inflamatórios e hormonais, que causam acne. O mais indicado é ingerir pão com multigrãos, vegetais, feijões etc. No caso das frutas, existem algumas com alto índice glicêmico, com o é o caso da banana, Melancia e kiwi. Prefira a cereja, maçã ou ameixa.

 

 

 

 

Leite e derivados

 

 

Estudos comprovam que há uma associação de melhora e piora com a ingestão de leite, principalmente com leite ntegral. A ação acontece por mecanismos hormonais  e o aumento do IGF 1, o hormônio do crescimento, que é um outro pró-inflamatório do organismo. Uma alternativa para não perder o cálcio e a vitamina D inserida no leite, o consumo de leite de amêndoas ou o leite desnatado.

 

 

 

 

Antioxidantes

Agem ao reduzir a inflamação. Não existem estudos que comprovam efetivamente, mas esta é uma tendência. Por exemplo, chá verde, alimentos ricos em vitamina C, ricos em licopeno, em vitamina B3 (niacinamida), em zinco como brócolis e espinafre. A vitamina A e C pode ser suplementado via oral ou tópica (em creme).

 

 

 

 

Óleo de peixe

Nos Estados Unidos há uma relação de consumo  desproporcional de consumo de ômega 6 (inflamatório) e 3 (anti-inflamatório) de 20 para um. Então, os americanos têm uma dieta pró-inflamatória. O óleo de peixe está presente na sardinha, salmão, e o ideal é que seja ingerido de 1 a 3g por dia. A ação anti-inflamatória parece ter impacto positivo na severidade das espinhas

 

 

 

Probióticos

São as bactérias boas do intestino. Há uma relação, neste caso, entre o intestino, cérebro e pele. Os probióticos regulam e a inflamação da pele, melhorando também a resistência à insulina. A microflora intestinal atua positivamente na pele. Pode-se usar o suplemente do probiótico em cápsulas ou um copo de iogurte desnatado todos os dias.

Redação Vida Equilíbrio

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