Como usar corretamente os dispositivos para o tratamento de doenças pulmonares?

Estima-se que cerca de 30 milhões de pessoas no Brasil sejam portadoras de doenças respiratórias.  Entre essas, estão a asma e o DPOC – Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica. Doenças pulmonares como essas podem ser bastante debilitantes e exigir constantes internações hospitalares, caso não sejam tratadas de forma correta.  Uma das formas consagradas de tratar esses males é a utilização de aparelhos inaladores de fármacos, chamados pelos médicos de “dispositivos inalatórios”.

O uso desses aparelhos apresenta bons resultados no controle dos distúrbios respiratórios e na manutenção da qualidade de vida dos usuários. O problema é que 50% dos doentes não sabem manusear corretamente esses dispositivos, e apenas 30% dos clínicos gerais sabem orientar corretamente o paciente.

Trata-se de um sério problema para os pacientes, que têm uma piora progressiva de sua qualidade de vida, com internações e atendimentos de emergência recorrentes e risco de vida iminente. Isso porque o uso inadequado desses medicamentos resulta em menor deposição do fármaco no pulmão e, conseqüentemente, prejuízos crescentes para a saúde.

“Não basta ter acesso ao medicamento; é preciso usá-lo corretamente”, diz Rafael Stelmach, médico-assistente do Serviço de Pneumologia do Incor – Instituto do Coração do Hospital das Clínicas. “O tratamento da asma e da DPOC depende fundamentalmente disso.”

Quem poderia mais ajudar o paciente nessa hora seria o médico, mas este também não está devidamente treinado para isso. É o que constata pesquisa realizada pelo Serviço de Pneumologia do Incor, em 2005.

Feita com 250 candidatos ao curso de residência em diversas especialidades médicas na Faculdade de Medicina da USP, vindos de todo o Brasil, o levantamento mostrou que somente 30% deles sabiam orientar adequadamente o paciente sobre o uso dos dispositivos inaladores. Cerca de 7% dos médicos entrevistados sequer conheciam os aparelhos.

Pensando nos pacientes e nos profissionais de saúde que têm de orientá-los, o Serviço de Pneumologia do Incor desenvolveu um vídeo para explicar o passo-a-passo de como usar corretamente os diferentes dispositivos inaladores para alcançar o máximo potencial de tratamento da asma e da DPOC (conheça mais detalhes dessas doenças, abaixo).

Disponível no site do incor, o vídeo de 20 minutos é formado de sete módulos auto-explicativos.

Além de poder ser acessado livremente pela internet, o vídeo pode ser enviado gratuitamente em CD e DVD a hospitais, unidades de saúde e clínicas de todo o Brasil. Seu conteúdo também pode ser veiculado em treinamento de médicos e de profissionais da saúde ou em dinâmicas individuais e em grupo com pacientes.

Confira o vídeo clicando aqui.

CONHEÇA A ASMA E A DPOC

A asma é conhecida popularmente como bronquite asmática e é a doença pulmonar crônica mais comum em todas as idades. Estima-se que cerca de 10% da população seja afligida por esse mal.

A DPOC é a manifestação conjunta da bronquite crônica e do enfisema pulmonar e atinge 5% dos brasileiros.

Apesar de não ter cura, ambas as doenças podem ser controladas com a utilização diária de aparelhos para inalação de broncodilatadores e de corticosteróides pela boca.

Os dois medicamentos agem na abertura dos brônquios, facilitando a passagem do ar – os broncodilatores relaxam a musculatura dessas estruturas do pulmão, enquanto os corticosteróides diminuem a inflamação delas.

A função desses fármacos inalantes é combater os sintomas dessas doenças, como o da falta de ar, diminuindo, dessa forma, as crises da doença. Consegue-se com isso aumentar a resistência física do paciente, melhorando significativamente sua qualidade de vida.

RANKING EM HOSPITALIZAÇÃO

A cada ano, ocorrem cerca de 350.000 internações por asma no Brasil, o que coloca a doença como a quarta causa de hospitalizações pelo SUS.

Em 2007, os custos com internações por asma foram de R$ 99 milhões, 1,3% do gasto total anual com internações pago pelo SUS e o quarto maior valor gasto com uma única doença.

Além de ser a sétima causa de morte no Brasil, a DPOC, por outro lado, é responsável por mais de 37 mil óbitos por ano, o que equivale a 4 mortes a cada hora.

Mais de 128.000 pessoas foram hospitalizadas no SUS, em 2008, devido a essa doença, gerando um custo de mais de R$ 76 milhões para o governo.

“Um dos objetivos da produção do vídeo é justamente tentar reduzir esses números alarmantes com um instrumento educativo de livre acesso a médicos e pacientes“, diz o Dr. Stelmach.

Vida Equilíbrio

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