Crescimento da obesidade no Brasil aumenta casos de câncer de próstata e distúrbios urológicos

homem obeso

Foto: Corbis

Homens obesos tem duas vezes mais chances de morrer por câncer de próstata, doença que atinge 9 mil homens por ano no Brasil. Obesidade também é causadora de distúrbios urológicos, como impotência e queda na produção de espermas

A obesidade é um problema de saúde pública que afeta grande parte da população. Um levantamento do IBGE revelou que cerca de 50% da população com mais de 20 anos está acima do peso, sendo quase 17% das mulheres e 12,5% dos homens são obesos. São inúmeros os malefícios do sobrepeso, porém, poucas pessoas sabem que esse transtorno pode levar à infertilidade e a uma série de disfunções urológicas, incluindo a impotência e o câncer de próstata.

Estudo realizado por cientistas australianos e publicado na Revista Internacional do Câncer, revelou que o risco de morrer por câncer de próstata em obesos é quase duas vezes maior em homens com sobrepeso de mais de 20 quilos. Os pesquisadores acompanharam 17 mil homens entre 40 e 69 anos.

Dados divulgados pelo INCA mostram que o câncer de próstata figura como o segundo mais comum entre os homens no Brasil e o sexto tipo mais prevalente no mundo, representando cerca de 10% do total das neoplasias. Considerado um tumor da terceira idade, cerca de três quartos dos casos acometem pessoas com mais de 65 anos.

Além do risco de desenvolver câncer de próstata, a obesidade é fator de risco para o desenvolvimento de outros distúrbios urológicos. No caso do homem, a produção de testosterona, principal hormônio responsável pelo desenvolvimento e manutenção das características masculinas, que controla a normalidade das funções e do desempenho sexual diminui consideravelmente. “A pessoa obesa apresenta alterações na sua produção hormonal, o que pode acarretar em alterações em seu sistema genital e reprodutor. Além disso, a questão mais drástica está ligada especificamente à destinação e metabolização desses hormônios, alterando a forma como eles agem no organismo masculino”, explica o Dr. Antonio Corrêa Lopes Neto, responsável pelo Serviço de Urologista do HCor.

Segundo o especialista, a produção de testosterona é realizada por células específicas presentes nos testículos, mas o estímulo para essa produção vem de outros hormônios, provenientes da glândula hipófise, conforme as demandas particulares do organismo diante das diversas situações e momentos da vida de cada pessoa. Normalmente, uma pequena parte da testosterona é transformada em um hormônio feminino chamado estradiol, mas quando um homem está obeso, algumas enzimas atuam de forma a aumentar essa produção, o que pode causar desordem nos processos de estimulação para a formação de espermatozóides, diminuição da libido masculina e, até mesmo, dificuldade de ereção.

As dificuldades para gerar filhos têm relação direta com o aumento alarmante da obesidade no mundo todo e, em cerca de 42% dos casos, há fatores masculinos envolvidos nos problemas de infertilidade dos casais.

Quando relacionada à disfunção erétil (impotência), a obesidade também é responsável por resultados preocupantes, especialmente nos casos em que está ligada ao excesso de gordura abdominal. A prática de 30 minutos diários de exercícios físicos vigorosos tem forte relação com a diminuição do distúrbio, após seu surgimento.

Além disso, o risco do desenvolvimento de disfunção erétil está relacionado intimamente com o de doenças cardiovasculares. “As atividades que são benéficas para o coração são positivas para a atividade sexual. Por isso, bons hábitos alimentares e o início de atividades físicas devem ser preocupações constantes do homem, principalmente para aqueles que querem manter uma vida sexual satisfatória durante todos os anos de sua vida. Uma dieta rica em vegetais e alimentos antioxidantes e pobre em carboidratos e gordura animal é altamente recomendada e deve estar sempre acompanhada de avaliações médicas regulares, em todas as fases da vida masculina”, conclui o especialista.

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