Crianças também sofrem com bruxismo
Muito se fala sobre bruxismo nos adultos, no entanto é uma doença que também pode atingir crianças e merece atenção.
O ranger dos dentes durante o sono, típico do bruxismo, caracteriza-se pelo desgaste do dente e, consequentemente, hipersensibilidade, falta de oclusão, dificuldade de mastigação e, em grau mais severo, interposição da língua.
Esta doença pode afetar física e psicologicamente. “A criança não se alimenta normalmente, pode desenvolver a respiração bucal e dores de cabeça. E, a estética comprometida pode abalar psicologicamente, levando a criança ao isolamento”, alerta a ortodontista Pétala Delgado, da clínica Odonto Delgado.
Os pais ou responsáveis devem ficar atentos, pois as causas estão relacionadas ao estresse, mudanças e sobrecarga. Mas, as crianças têm estresse e se sentem sobrecarregadas? Sim. “Elas geralmente são submetidas a uma gama de atividades que dão sentido a vida dos pais e nem sequer estas decisões são partilhadas com a criança; ela fica como sujeito passivo dos desejos dos pais”, alerta a psicóloga Karla Carbonari, da clínica São Luckas. “É preciso reconhecer a criança, desde a mais tenra idade, como um sujeito de si mesma, considerando que ela dispõe, à sua maneira, de uma plena inteligência das coisas”, sugere.
As dicas para os pais reconhecerem algo errado com a criança, de acordo com Karla, são: ficarem atentos aos sinais físicos, às manhas, às mastigações, ao sono e ao tom da voz. “Ninguém conhece melhor seu filho que você mesmo, e com certeza saberá reconhecer quando algo está diferente”, diz.
Por outro lado, as visitas ao dentista podem detectar o bruxismo e encaminhar ao psicólogo que irá investigar as causas psicológicas da criança.
O tratamento odontológico inclui, quando necessário, fazer a reconstrução das estruturas perdidas, dos dentes desgastados. Em situações raras e muito agudas, é indicado o uso de uma placa que evita o contato dos dentes, durante à noite. No caso da placa, é preciso a supervisão de um adulto para garantir o uso.
“O tratamento deve ser rigoroso quando detectado ainda na infância para não interferir negativamente na saúde bucal do adulto”, alerta o cirurgião dentista Lauro Delgado.