Cuidados com a Coluna do Idoso

Foto: Corbis

O Brasil possui hoje cerca de 14 milhões de pessoas com mais de 65 anos, com perspectiva de crescimento contínuo deste grupo: em 1991 a participação relativa da população com 65 anos ou mais era de 4,8%, passando a 5,9% em 2000 e chegando a 7,4% em 2010, segundo informações da Sinopse do Censo Demográfico do IBGE divulgadas em 2011. Com este aumento, cresce também a prevalência de enfermidades comuns a pessoas nesta faixa de idade. De acordo com o IBGE, 3 em cada 4 idosos têm alguma doença, boa parte delas crônicas e não transmissíveis, adquiridas, na maior parte dos casos, pela má qualidade de vida – alimentação desequilibrada e sedentarismo.

Entre as doenças crônicas, os problemas de coluna são uma constante. Pessoas com idade acima dos 40 anos são acometidas, caracteristicamente, por problemas relacionados ao desgaste da coluna. “A maior parte destes problemas faz parte de um envelhecimento e desgaste natural, que nem sempre irá causar um transtorno maior a estas pessoas. Naturalmente, o próprio organismo consegue criar formas de se adaptar ao envelhecimento. No entanto, os maus hábitos de vida podem, junto às chamadas discopatias degenerativas (desgaste da coluna devido ao envelhecimento), levar a problemas como a estenose do canal lombar, as fraturas osteoporóticas e as escolioses dos idosos”, destaca o ortopedista e cirurgião da coluna, Cristiano Menezes, que também é vice-presidente do Comitê de Cirurgia Minimamente Invasiva da Coluna da Sociedade Brasileira de Coluna (CCMI/SBC) e presidente do Congresso Brasileiro de Cirurgia Minimamente Invasiva de Coluna.

O estreitamento do canal espinhal – ou estenose espinhal – pode ser resultado da degeneração das articulações e dos discos intervertebrais. “Nesta condição, esporões ósseos, chamados osteófitos, que se desenvolvem por causa da carga excessiva sobre o disco intervertebral, crescem para dentro do canal espinhal. As articulações também aumentam à medida que se tornam artríticas, o que resulta na diminuição do espaço disponível para as raízes nervosas. Os ligamentos da coluna vertebral tornam-se rígidos, menos flexíveis e mais espessos com a idade, o que também colabora com a estenose espinal”, explica Menezes.

Já a osteoporose é uma condição caracterizada pela diminuição da massa óssea e deterioração posterior do tecido ósseo. Muitas vezes chamada de “doença silenciosa”, faz com que os ossos fiquem mais porosos, finos e frágeis, portanto, mais suscetíveis a fraturas. “A coluna vertebral pode ser particularmente vulnerável – fraturas por compressão vertebral podem ocorrer naqueles cuja osteoporose atingiu o estágio avançado”, acrescenta o ortopedista.

Homens e mulheres e, em casos raros, até mesmo as crianças, podem desenvolver osteoporose. No entanto, a condição é mais prevalente em adultos mais velhos. A Sociedade Brasileira de Osteoporose estima, considerando o último censo IBGE, que existam 5,5 milhões de brasileiros com osteoporose. Já a Fundação Internacional de Osteoporose acredita que 10 milhões (IOF, 2006) de pessoas apresentem a doença. A causa exata da osteoporose é desconhecida, porém, existe um número de fatores influentes: idade, nutrição, estilo de vida e genética, bem como certas condições médicas e medicamentos.

A osteoporose e a degeneração da coluna em idosos podem resultar ainda em um tipo específico de escoliose, “a escoliose do adulto”. O problema é uma condição na qual a coluna vertebral desenvolve uma ou mais curvas anormais que, por sua vez, podem afetar o equilíbrio geral e o alinhamento do corpo e, eventualmente, levar a outros problemas físicos e de saúde.

Todos esses problemas em destaque entre pessoas com mais idade poderiam ser minimizados se, durante a vida, fossem praticados hábitos mais saudáveis, como esportes, sobretudo os aeróbicos e de flexibilidade; dieta equilibrada, com substâncias necessárias ao fortalecimento ósseo e muscular; e, lógico, cuidados específicos, desde a infância, com a coluna. “Uma das lições que não se aprende ao longo da vida é como manter a saúde da coluna. Nos ensinam a cuidar dos dentes e da pele, por exemplo, mas não como a manter a postura correta, a se deitar, sentar e carregar pesos de forma a favorecer uma coluna estável e menos suscetível a traumas e lesões. O corpo humano, assim como a estrututra óssea, passam por um desgaste natural, mas quanto maior o cuidado, mais saudável será o envelhecimento”, finaliza Menezes.

Redação Vida Equilíbrio

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