Diabetes: mau controle eleva em 300% gastos com tratamento

A Sociedade Brasileira de Diabetes e o Hospital Alemão Oswaldo Cruz realizaram, nesta semana (31/07), o simpósio “Estratégias de Melhoria de Qualidade e Racionalização de Recursos para o Controle do Diabetes na Rede Pública de Saúde”. O evento reuniu representantes de órgãos públicos e especialistas no tratamento da doença para debates sobre o controle dos gastos públicos para o atendimento de pacientes com diabetes.

De forma geral, os participantes concordaram que o controle qualificado da doença (monitoramento dos índices de glicemia e adequação do tratamento) pode gerar economia para o SUS, pois evitaria quadros graves em que são necessárias intervenções mais complexas e caras, como cirurgias e internações. Segundo a representante da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), Adriana Bosco, o controle inadequado do diabetes eleva em 300% os gastos com tratamento.

Seguindo este raciocínio os gastos do Brasil com tratamentos do diabetes poderiam ser cerca de quatro vezes menores. Atualmente, os índices de mau controle estão em 89,6% para o tipo 1 da doença e em 73,2% para o tipo 2. Além disso, a carga tributária sobre medicamentos e a perda de produtividade dos pacientes graves levam os gastos diretos e indiretos do governo para a faixa dos US$ 23 milhões por ano.

O coordenador científico do simpósio realizado nesta semana, Augusto Pimazoni-Netto, afirmou que o maior custo direto da assistência ao diabetes está concentrado no gasto hospitalar. Por isso, o monitoramento contínuo dos pacientes para prevenir a instalação de quadros graves é eficiente e econômico. “Reduzir gastos na intervenção precoce e no monitoramento promovem o mau controle da doença, o que aumenta os custos em níveis muito maiores e impacta outras áreas, como produtividade e qualidade de vida”, explica o médico.

Segundo o Dr. Pimazoni, os métodos informatizados melhoram significativamente o acompanhamento que os serviços de saúde fazem sobre os índices de glicemia dos pacientes. Isso permite intervenções terapêuticas mais precisas, evitando complicações. “No Brasil, o controle ainda é feito de forma inadequada, pois a monitoração não é devidamente acompanhada por quem atende os pacientes. É preciso fazer isso e educar os pacientes. Caso contrário, os gastos hospitalares serão aumentados e a qualidade de vida dos pacientes reduzida de forma irreversível.”, reforça.

Diabetes e saúde pública: Doença crônica caracterizada pela produção insuficiente de insulina ou pela incapacidade de absorção dessa substância no corpo, o diabetes é responsável por 5% das mortes registradas anualmente em todo o mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde. Com o crescimento dos índices de obesidade e sedentarismo, a OMS prevê que esse número poderá crescer mais de 50% nos próximos 10 anos, o que caracteriza um crescimento epidêmico. No Brasil, estima-se que atualmente existam 12 milhões de pessoas com diabetes e que mais de 36 mil mortes anuais sejam causadas pela doença.

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