Diagnóstico precoce do linfoma ainda é desafio para a Saúde nacional

Em maio, entrou em vigor a lei federal que obriga o Sistema Público de Saúde (SUS) a iniciar o tratamento do câncer em, no máximo, 60 dias após o diagnóstico. Mas, na grande parte dos casos, é exatamente esse diagnóstico que demora a chegar e isso pode atrapalhar o tratamento de pacientes com linfoma que, muitas vezes, passam meses realizando diferentes tipos de exames para finalmente descobrirem a doença. Por ano, no Brasil, mais de 12 mil pessoas descobrem ter linfoma, tipo de câncer, que se diagnosticado precocemente, tem suas chances de cura aumentadas em mais de 85%.

Segundo o Dr. Paulo Hoff, diretor geral do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, dentre os principais desafios a serem melhorados na Saúde está o encaminhamento tardio do paciente ao hospital. “O T0, como chamamos o período pré-diagnóstico, é crítico, pois até o paciente chegar ao resultado, existe uma longa peregrinação”, disse durante a 8ª Conferência de Onco-Hematologia da ABRALE (Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia).

Para o Dr. Jacques Tabacof, coordenador da Hematologia e Oncologia, e membro do Comitê Científico Médico da ABRALE, também é fundamental que os profissionais estejam atentos e conheçam os sinais da doença. “A maioria dos casos de linfoma é inicialmente avaliada por clínicos gerais, pediatras, cirurgiões e outros profissionais, e a partir daí é encaminhada para hematologistas quando existe suspeita de câncer. É importante atingir estes profissionais, pois encurtaria o tempo do diagnóstico definitivo”, disse.

Entenda o linfoma

Dividido em dois subtipos, linfoma de Hodgkin e não-Hodgkin, seu principal sintoma é o inchaço indolor dos linfonodos, conhecido popularmente como íngua, no pescoço, nas axilas, ou na virilha. Outros sinais também comuns ao linfoma são febre, suor, geralmente à noite, cansaço, dor abdominal, perda de peso, pele áspera e coceira.

O diagnóstico pode ser estabelecido com precisão pela biópsia de um linfonodo, ou de outro órgão envolvido, como osso, pulmão, fígado, ou outros tecidos. Outro exame importante e que ainda não consta no rol de procedimento do SUS é o PET Scan.

Com o Pet Scan, ou PET/CT, exame que ainda não é coberto pelo SUS, é possível analisar o corpo inteiro, sem que o paciente seja submetido a maior exposição radioativa, diferenciar tumores benignos de malignos, determinar a fase do câncer e monitorar o resultado do tratamento. No linfoma, o resultado do exame modifica o tratamento proposto em cerca de 30% a 40% dos casos, o que na prática, para o paciente, significa melhor qualidade de vida, menos sofrimento e até maior sobrevida. “A partir deste exame, o médico é capaz de decidir com segurança e rapidez como será o tratamento e acompanhar a evolução do paciente.”, explica o Dr. Celso Darío Ramos, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN).

O tratamento de ambos é baseado em quimioterapia, radioterapia e medicamentos chamados de anticorpos monoclonais. O transplante de medula óssea só é indicado quando o paciente não responde bem ao tratamento ou se já tem um doador compatível.

É importante que todos estejam sempre atentos à sua saúde e se notar algo diferente em seu corpo, procure um médico. O diagnóstico precoce do linfoma é o grande diferencial para alcançar a cura, o acesso ao melhor tratamento e exames é essencial para chegar a este resultado. Por isso, a ABRALE trabalha incessantemente, com o objetivo de levar informação correta a todos e cobrar dos governantes melhorias na Saúde pública do país.

Redação Vida Equilíbrio

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