Doação de cordão umbilical deve ser feita a bancos gratuitos para que o material seja usado por quem necessite

Uma das dúvidas mais frequentes entre as gestantes que vão dar à luzem maternidades particulares diz respeito ao congelamento ou não do cordão umbilical do bebê.O questionamento surge já durante a gravidez quando os futuros pais recebem a proposta da maternidade de guardá-lo e conservá-lo por anos, mediante um determinado custo de manutenção.
O cordão umbilical é rico de células-tronco, células capazes de recuperar tecidos irremediavelmente lesados. Cientistas do mundo todo tentam demonstrar que através delas poderíamos recuperar traumas neurológicos, corações sem função adequada e outros problemas, mas os resultados até hoje ainda não são totalmente animadores.

O tecido de nosso organismo que mais tem se beneficiado, em sua recomposição por células-tronco, é a medula óssea onde justamente são formados os glóbulos sanguíneos.
O tratamento mais usual hoje com células-tronco tem sido feito para doenças da medula óssea, ou seja, a medula óssea doente é substituída por células-troncos. Os transplantes são realizados em casos especiais de leucemia; em doenças congênitas graves de imunidade, onde as células geneticamente alteradas darão lugar a células sadias; em doenças chamadas aplasias, quando a medula óssea deixa de funcionar e precisa ser substituída por células-tronco que desenvolvam nova medula.
Existe o chamado auto-transplante realizado em casos de tumores graves, para os quais é necessária quimioterapia em doses muito altas, que podem destruir o tumor, mas também aniquilam a medula óssea. Nesse caso, são colhidas células-tronco do paciente antes que a quimioterapia se inicie e a seu término as células são reinfundidas para constituir nova medula.
Na maioria dos transplantes de medula, colhem-se células-tronco de um doador da família, preferencialmente irmãos, cujas células-tronco são colhidas para depois serem transfundidas para o paciente após um preparo especial. Essas células-tronco podem provir da medula óssea do doador ou, mais modernamente, de seu sangue circulante, quando as células-tronco são estimuladas a aparecer em quantidade.
A seleção do doador se dá através de exames em que se verifica se os grupos sanguíneos são iguais aos do paciente. Se não há irmãos compatíveis, passa-se a pesquisar os bancos de células-troncos, aos quais milhares de doadores as cedem. Começam também a proliferar os bancos de cordão umbilical, doados pelos recém-nascidos. No auto-transplante, o processo é mais fácil porque não há necessidade de compatibilidade.
Para o pediatra, hematologista e oncologista pediátrico Prof. Dr. PauloTaufi Maluf Júnior, não há justificativa para armazenar e congelar o cordão umbilical do recém-nascido, na expectativa quase nula de que o aproveitará em eventual uso próprio. “As célula-tronco usadas para recuperar lesões teciduais não têm seu uso consagrado; seu emprego atual, e fundamentado cientificamente, é bem estabelecido no tratamento de alguns tipos de leucemias,assim como de aplasias e imunodeficiências congênitas graves; porém têm que derivar de um doador e não provir do próprio paciente. Portanto, as únicas utilidades do cordão armazenado para si se observariam nos auto-transplantes ou,na infelicidade de um irmão ter leucemia, esse cordão serviria como doação caso haja compatibilidade, cuja probabilidade de ocorrência é de cerca de 20%”,esclarece o médico. “A respeito de auto-transplantes, deve-se salientar que o organismo oferece muitas outras fontes de células-tronco que não o cordão umbilical, o que torna ainda mais desnecessária sua conservação”, completa o Prof. Dr. Paulo Taufi Maluf Júnior.

O médico ressalta ainda, contudo, que a doação de cordão umbilical é algo muito bem-vindo, desde que essa doação seja feita para bancos de cordão, que nada cobram para armazenar esse material, a ser aproveitado por qualquer pessoa que o necessite.
Já a doação de órgãos e de sangue deve ser estimulada sempre. Para doar medula óssea, o eventual doador precisa dirigir-se a um banco de medula, realizar exame de sangue simples e aguardar para fazer a doação, caso sua tipagem seja compatível com a de algum receptor necessitado. A doação de órgãos entre vivos deve ser feita por familiares, inclusive, para que se evite o indesejável comércio que isso pode suscitar.

Redação Vida Equilíbrio

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