Ferro e zinco trazem força e proteção para desenvolvimento infantil
Uma criança com dificuldades de alimentação é sinônimo de dor de cabeça para os pais. Além das horas das refeições tornarem-se verdadeiras batalhas, o comportamento de repulsa em relação à comida pode trazer consequências graves para o desenvolvimento dos pequenos. Quando se percebe que as crianças apresentam dificuldades alimentares pode haver risco de deficiência de diversos tipos de nutrientes, entre eles ferro e zinco – minerais presentes em alimentos comuns e extremamente importantes para a saúde das crianças.
De acordo com o especialista em Gastroenterologia Pediátrica e professor do Curso de Medicina PUC do Paraná, Mário Vieira, a conseqüência mais conhecida da deficiência de ferro é a anemia. “Quando a criança não se alimenta adequadamente e não tem oferta de ferro, pode ter produção insuficiente de hemácias, os glóbulos vermelhos, e, consequentemente, anemia”, explica o pediatra. Por outro lado, o pediatra ressalta que um dos efeitos mais graves da deficiência de ferro é o comprometimento do desenvolvimento cerebral, que afeta a evolução cognitiva e motora da criança. Já o zinco está ligado à função imunológica e contribui para o crescimento e regeneração das células, por isso, a deficiência deste mineral afeta o crescimento infantil, pode promover o aumento da susceptibilidade a infecções e maior risco de diarréia.
Muitas vezes, não é simples para os pais identificar o problema. Falta ou mudanças no apetite, palidez, apatia, prostração, irritabilidade, cansaço, fraqueza muscular e dificuldade na realização de atividade física são alguns dos sinais mais observados em crianças com carência de ferro. Nas deficiências leves e moderadas de zinco também não há sinais específicos, mas pode haver crescimento lento, infecções recorrentes por comprometimento da função imunológica, e baixo apetite.
Alimentação equilibrada e balanceada
Detectada a deficiência de ferro ou de zinco em uma criança, os pais devem buscar uma dieta rica em alimentos fonte destes nutrientes e orientação médica. “A prática de uma alimentação saudável e equilibrada é a melhor forma de evitar o desenvolvimento de várias formas de carências nutricionais, porém, uma vez detectada a deficiência destes minerais, e dependendo da gravidade das manifestações, o tratamento medicamentoso é indicado. Associado ao tratamento deve-se orientar o consumo de alimentos com quantidade e biodisponibilidade – proporção do nutriente ingerido que é absorvida pelo organismo – elevadas de ferro e zinco, garantindo educação nutricional adequada ao paciente e aos familiares”, aponta Mário. Para ele, a utilização de suplementos nutricionais pode ser indicada nas situações que a ingestão de alimentos não seja adequada do ponto de vista quantitativo e qualitativo, especialmente quando as dificuldades alimentares sejam persistentes.
Mário Vieira reforça que a partir dos seis meses de vida – antes disso, o ideal é que o bebê se alimente exclusivamente leite materno – a criança precisa receber quantidades suficientes de ferro e zinco por meio da alimentação complementar. “Alimentos como a carne bovina, de frango e fígado apresentam a forma mais rápida de absorção de zinco. Também são fontes de zinco ostras, camarão, peixe, grãos integrais, castanhas, cereais, legumes, tubérculos e laticínios. O ferro é encontrado em carne bovina e suína, vísceras (fígado e coração), algumas hortaliças, como o nabo e o brócolis e entre as frutas, o açaí”, ressalta.