Fraturas nas costelas: por que são mais graves em idosos?

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O tratamento da fratura óssea normalmente envolve a imobilização do osso comprometido e das articulações próximas ao local da fratura.  Quando o trauma ocorre no tórax e as costelas sofrem fraturas, esses princípios de imobilização não se aplicam na maioria dos casos, segundo o Dr. Renato Poggetti, cirurgião e coordenador do Centro de Trauma do Hospital 9 de Julho. Isso acontece porque as costelas participam ativamente da respiração do indivíduo. Quando a fratura de costelas acomete pessoas com idade acima dos 65 anos, o tratamento requer cuidados ainda maiores.

As costelas fazem parte da estrutura óssea da parede torácica, que se encontra permanentemente em movimento, durante a inspiração e a expiração. “Esses movimentos somados a outros mecanismos respiratórios fazem com que os pulmões recebam o ar com oxigênio e eliminem o ar com dióxido de carbono permitindo a oxigenação do nosso corpo, o que é fundamental para a manutenção da vida”, explica o médico. Assim sendo, a consolidação da fratura de costela ocorre mesmo com ela em movimento. Qualquer imobilização que restrinja o movimento das costelas pode ser muito prejudicial à respiração do indivíduo.

Em pessoas jovens, com boa reserva fisiológica e sem doenças pré-existentes o processo de consolidação das fraturas de costelas é melhor tolerado ocorrendo entre três e quatro semanas, sem grandes complicações. Em pessoas com idade acima de 65 anos, porém, a recuperação desse tipo de fratura pode ser um pouco mais lenta, podendo ultrapassar quatro semanas. “O idoso tem uma reserva fisiológica menor por conta do envelhecimento, e também por causa da alta incidência de doenças crônicas degenerativas associadas”, salienta o Dr. Poggetti.

O objetivo do tratamento do trauma torácico com fraturas de costelas é controlar a dor para manter a fisiologia normal da respiração apesar da fratura. As ações incluem a analgesia agressiva (controle da dor) e o estímulo à respiração, que pode ser feito de duas maneiras:

– Passiva: com o paciente respirando mais profundamente e movimentando adequadamente a caixa torácica

–  Ativa: quando são utilizados equipamentos que levam ar para os pulmões com o uso de pressão positiva.

É importante salientar que o corpo do idoso costuma trabalhar próximo do limite da capacidade da maioria de seus sistemas orgânicos. Frequentemente, o idoso também é portador de doenças crônicas como diabetes, hipertensão arterial sistêmica, aterosclerose, insuficiência renal, doença pulmonar crônica etc. Assim, o idoso pode demorar mais tempo para consolidar as fraturas de costelas e também possui maior risco de complicações como pneumonia e infecção. “Há ainda o risco de outras doenças degenerativas que dificultam o tratamento, como as demências. “Quando necessário a vítima de trauma torácico com fraturas de costelas é melhor assistida com internação hospitalar”, afirma o Dr. Poggetti.

Como identificar?

A suspeita de fraturas de costelas é feita com a ocorrência de trauma torácico e a existência de dor no local do trauma. A dor em geral piora com a movimentação do tórax e com a respiração. A dor também pode piorar com a palpação principalmente na costela e no local onde houve a fratura. Pode ou não existir inchaço e mancha roxa no local do trauma.

É importante procurar imediatamente ajuda médica para que seja iniciado o tratamento e para que sejam descartadas consequências mais graves, como hemorragias. “Quanto mais rápido for feito o diagnóstico, melhor a chance de o paciente se recuperar sem sequelas”, finaliza o especialista.

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