Maconha para fins medicinais: tratamento ou dependência?

maconhaPaíses como Holanda, Espanha, Uruguai e al gumas regiões dos Estados Unidos permitem a produção, o cultivo, o consumo e a venda da maconha para fins medicinais. Os médicos a recomendam para tratar e aliviar os sintomas de diversos distúrbios e doenças, como câncer, esclerose múltipla, náusea decorrente da quimioterapia, glaucoma, epilepsia, insônia, enxaqueca, artrite, dores crônicas e falta de apetite, por exemplo.

 De acordo a Dra. Lilian Ratto, professora assistente do departamento de Psiquiatria e Psicologia Médica da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, praticamente todas as substâncias psicoativas têm potencial para tratar algumas doenças e uma delas é o THC (tetra-hidrocarbinol), principal componente ativo da maconha.

 “Há inúmeras indicações possíveis, uma vez que os alucinógenos alteram nossos sentidos. Dessa forma, a maconha poderia ser usada por pessoas que possuem qualquer doença que leva à desnutrição, pois ela aguça a fome, por exemplo. Também é recomendada contra náuseas e vômitos, indicação possível feita a indivíduos que estão realizando quimioterapia, visto que podem ficar desnutridos e ainda apresentar  intenso mal-estar. Assim, a maconha diminuiria a náusea, melhoraria o paladar e aumentaria o relaxamento e o bem-estar em geral do paciente”, afirma.

A Dra. Lilian explica que as preparações para o uso da erva variam, porém a forma mais convencional é ingeri-la naturalmente, ou seja, fumando o produto. Existem estudos que defendem o isolamento do THC em comprimidos, o que reduziria os efeitos colaterais e outras complicações.

 “A ingestão de qualquer fumaça pode diminuir a função adequada dos pulmões e causar doenças. Além disso, como qualquer outra droga, a maconha pode causar dependência, o que promove outros sérios danos como: falta de interesses, e, então, abandono de atividades que antes eram importantes para o indivíduo, síndrome amotivacional, que inclui desinteresse pelo trabalho, estudo, autocuidado e relações sociais, prejuízos cognitivos, como da atenção e da memória, e aumento das chances de desenvolver quadros clínicos psiquiátricos como crises de pânico e transtornos psicóticos graves”, declara.

A professora afirma que o controle nos países em que a maconha é legalizada deixa claro que a prescrição é feita para o uso pessoal da erva, mas que não existe, para boa parte das substâncias psicoativas de uso recreacional, uma quantidade já estudada e aceita como sendo segura ou não para o consumo.

 “O THC modifica a atividade cerebral. Será que esse indivíduo tem condições, por exemplo, de operar uma máquina ou dirigir após consumir a maconha? E por que usar uma substância que apresenta potenciais efeitos colaterais tão importantes para tratar uma doença, que muitas vezes já tem outras medicações consideradas mais seguras disponíveis?”, questiona a professora.

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