Médico comenta a importância do ácido fólico para gestantes

Uma medida simples para evitar malformações em bebês ainda é pouco adotada pelas brasileiras e tema de campanha nacional com lançamento em São Paulo. Um levantamento com 500 mulheres realizado pelo médico Eduardo Borges da Fonseca, professor de obstetrícia da Universidade Federal da Paraíba, mostra que só 13,8% tomaram suplemento de ácido fólico antes de engravidar.

Segundo o ginecologista e obstetra, defensor do parto humanizado, Alberto Jorge Guimarães, enfatiza que o uso dessa vitamina pelo menos 30 dias antes do início da gestação até o terceiro mês, reduz em cerca de 75% a ocorrência dos defeitos de fechamento do tubo neural (estrutura que dá origem ao cérebro e à medula espinhal). Estudos comprovam que 1 em 1.000 crianças nasce com algum desses problemas no país. Os mais comuns são anencefalia e espinha bífida (exposição dos nervos da medula espinhal). A anencefalia é incompatível com a vida. “O diagnóstico é feito no pré-natal, com ultrassom morfológico de primeiro trimestre”, explica.

Já no  caso da espinha bífida, a gravidade varia conforme a posição da lesão e a extensão. Algumas crianças não precisam de tratamento e outras podem ser submetidas a cirurgia logo após o parto. “Mesmo com este procedimento, muitas crianças ficam  com sequelas, como paralisia e dificuldades de aprendizagem”, conta o médico. No estudo, feito em João Pessoa, a maioria das que usaram o ácido fólico o fez de forma incorreta, muitas vezes com doses maiores dos que as ideais (de 400 mcg por dia). Estudos com animais apontam que a suplementação em excesso pode levar a bebês com baixo peso.

“Seria fundamental que a mulher procurasse um médico para esta orientação antes da gestação ou bem no início. A maioria das  mulheres só chegam ao médico de dois a três meses depois do início da gravidez, uma fase tardia para o início da suplementação, perdendo a oportunidade de prevenção de uma alteração grave e de baixo custo”  finaliza.

—

Redação Vida Equilíbrio