Médico da Fórmula 1 explica como é feita a transferência de pacientes graves por transporte aéreo

Foto: Corbis

Pacientes em estado grave requerem aparato médico de tecnologia e equipe multidisciplinar apta a reverter qualquer quadro adverso. Contudo, em determinadas ocasiões, é necessária a transferência de um hospital a outro. “O transporte de alguém em estado grave só deve ser realizado quando a outra instituição oferecer melhores recursos humanos e tecnológicos para o tratamento ou favorecer a proximidade geográfica da família”, afirma Dr. Dino Altmann, cirurgião responsável pelo atendimento Rede D’Or São Luiz no GP Brasil de Fórmula 1.

Geralmente, acidentes automobilísticos resultam em traumas de grande magnitude, sejam nas ruas, rodovias ou nas pistas de corrida. Para se ter ideia, de acordo com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), em 2011, ocorreram 188.925 acidentes graves nas estradas do Brasil, sendo 63.980 deles com feridos. Nesta situação, de acordo com Dr. Altmann, todas as funções vitais da vítima devem ser checadas e estabilizadas no local do acidente e durante o transporte para o hospital de trauma de referência. “Estabilizar um paciente significa corrigir as alterações clínicas que colocam sua vida em risco”, informa o médico. “Caso haja uma parada cardiorrespiratória em vítimas de trauma fechado, ou seja, aqueles que não levaram tiro, facada ou que não tiveram algum ferimento penetrante, a situação é de extrema emergência. A menos que se chegue a um hospital de trauma em 20 minutos, ele não sobreviverá”, complementa.

Num primeiro momento, entretanto, nem sempre a vítima de uma colisão é encaminhada a uma unidade de saúde próxima da família ou com infraestrutura adequada àquele caso, exigindo o transporte para outro local. Para tanto, algumas recomendações devem ser seguidas com rigor. Dr. Dino Altmann enumerou as medidas imprescindíveis:

  • Paciente monitorado: monitoramento de funções vitais, como ritmo cardíaco, frequência cardíaca, pressão arterial, oximetria de pulso, capnografia (mede o CO2 expirado), frequência respiratória, além de ter um bom acesso venoso para infusão de volume e drogas. É importante manter a temperatura do corpo adequada e estável.
  • Tempo de transporte: quanto mais rápido, melhor.
  • Tipo de transporte: a escolha deve estar entre o transporte terrestre com ambulâncias ou aéreo, com helicópteros ou aeronaves, dependendo sempre da distância a ser percorrida. Quando o percurso pode ser realizado no mesmo tempo por dois meios diferentes, dar sempre preferência ao mais simples ou ao que tem mais recursos para monitoramento e tratamento. Para o transporte com helicópteros, é sempre importante lembrar que deve existir helipontos no hospital de origem e naquele que recebe o paciente.
  • Planejamento prévio: ajustar a infraestrutura da ambulância, helicóptero ou avião para atender plenamente as necessidades do doente no tempo estipulado de transporte. Se há acesso a medicamentos, espaço para manipular o paciente caso necessário, equipamentos para monitoramento do ritmo cardíaco, da frequência cardíaca e pressão arterial, oximetria de pulso e, ainda, se existe a necessidade de um respirador com o capinógrafo (aparelho para medir gás carbônico) para controle da respiração. Outros equipamentos podem ainda ser necessários, como as bombas que controlam a infusão de drogas.
  • Preparação do paciente: questões críticas precisam ter sido solucionadas, como permeabilidade das vias aéreas, boa condição de respiração e de circulação, bom acesso venoso e estancamento de hemorragias externas. Analisar estado neurológico e necessidade de sedação
  • Durante um transporte aéreo: médicos de emergência e de UTI devidamente treinados acompanham o paciente. Previamente, esses especialistas traçam uma espécie de plano de voo a fim de se antecipar à pressurização da aeronave. Por exemplo, atenção especial deve ser despendida caso inexista pressurização, como nos helicópteros, pois decolagem e pouso precisam ser lentos, principalmente, se houver algum sangramento
  • Recebimento do paciente: no hospital que o receber, médicos farão exatamente o mesmo procedimento de monitoramento realizado antes de deixar a unidade de saúde anterior
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