Menopausa precoce associada a um maior risco de fraturas, osteoporose e mortalidade

mulher com calor - menopausa

Foto: Corbis

As mulheres que entram na menopausa precocemente são quase duas vezes mais propensas a sofrer de osteoporose, no futuro, sugere uma nova pesquisa publicada no BJOG: An International Journal of Obstetrics and Gynaecology.

O estudo sueco procurou analisar os efeitos, a longo prazo, da menopausa precoce sobre o risco de mortalidade, de fraturas e de desenvolver osteoporose. Assim, recolheu dados por um longo tempo, iniciando em 1977, quando 390 mulheres foram recrutadas para o Malmo Perimenopausal Study, um estudo observacional, onde as mulheres foram acompanhadas a partir dos 48 anos de idade.

As participantes do estudo foram divididas em duas categorias: mulheres que entraram na menopausa antes dos 47 anos e mulheres que entraram na menopausa após os 47 anos ou mais tarde. Na época, a densidade mineral óssea das mulheres foi mensurada.

Ao completarem 77 anos, todas as mulheres participantes do estudo deveriam ter sua densidade mineral óssea reavaliada. Nesta altura do estudo, 298 participantes ainda estavam vivas, 92 tinham morrido e 100 mulheres haviam se mudado ou se recusado a participar posteriormente do estudo, restando, assim, 198 mulheres para acompanhamento efetivo dos pesquisadores.

O estudo constatou que com 77 anos de idade, 56% das mulheres com menopausa precoce apresentavam osteoporose, em comparação com 30% das mulheres com menopausa tardia. As mulheres que entraram na menopausa precocemente também apresentavam um maior risco de fratura, mais fragilidade óssea e uma probabilidade maior de mortalidade.

A taxa de mortalidade foi de 52,4% no grupo com menopausa precoce em comparação com 35,2% no grupo com menopausa tardia. A taxa de incidência de fraturas foi de 44,3% no grupo com menopausa precoce em comparação com 30,7% no grupo com menopausa tardia.

“Os resultados deste estudo sugerem que a menopausa precoce é um importante fator de risco para osteoporose, fraturas por fragilidade óssea e mortalidade feminina em uma perspectiva de longo prazo. Este é o primeiro estudo prospectivo, com um período de acompanhamento de mais de três décadas a se aprofundar neste tema”, destaca o reumatologista Sergio Bontempi Lanzotti, diretor do Iredo, Instituto de Reumatologia e Doenças Osteoarticulares.

Menopausa precoce x osteoporose

Um relatório recente da Sociedade Britânica de Menopausa alertou que alguns médicos ainda desconhecem a necessidade de proteger as mulheres com menopausa precoce contra doenças futuras. A entidade pediu a criação de um registro nacional de todas as pacientes com menopausa precoce no País, visando assegurar que elas recebam aconselhamento correto e acompanhamento médico apropriado.

“A menopausa precoce pode aumentar o risco de uma mulher desenvolver osteoporose, pois a queda nos níveis de estrogênio resulta inevitavelmente em perda óssea. Estima-se que a mulher perca até 10 % da sua massa óssea nos primeiros cinco anos após a menopausa. Para reduzir o risco de desenvolver osteoporose, é preciso também fazer mudanças no estilo de vida, tais como modificações na dieta (que deve se rica em cálcio) e a realização de exercícios físicos regularmente”, explica Sergio Lanzotti, que também é o idealizador da V Caminhada de Combate à Osteoporose, evento que acontece em outubro, na Mooca, na cidade de São Paulo.

O reumatologista destaca, que além das mudanças no estilo de vida, o acompanhamento médico apropriado é essencial para garantir o envelhecimento saudável, após a menopausa precoce. “Hoje, os tratamentos médicos disponíveis hoje incluem: o uso de bisfosfonatos, o uso de Moduladores Seletivos do Receptor de Estrógeno (MSREs), a Terapia de Reposição Hormonal (TRH), o uso de vitamina D e cálcio, o emprego de ranelato de estrôncio, o Denosumab e ainda o emprego de terapias potenciais e do hormônio da paratireóide”, enumera o reumatologista.

Cada tipo de tratamento para a osteoporose tem vantagens e riscos associados. Estes precisam ser amplamente discutidos com cada paciente, antes de iniciar o tratamento. “A escolha do tratamento deve ser feita depois de considerarmos cuidadosamente a idade da paciente, seu histórico de saúde e seus fatores de risco para fraturas’’, explica Sergio Lanzotti.

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