Menopausa: quando o calor não passa nem no inverno

mulher com calor - menopausa

Foto: Corbis

Imagine um calor arrebatador que começa na região do tórax e sobe até a cabeça (ou vice-versa), causa rubor, transpiração e acelera o batimento cardíaco. Assim as mulheres descrevem os fogachos, causados principalmente pela diminuição do hormônio feminino estrogênio durante a menopausa. “Há ainda uma sensação de opressão e angústia bastante desagradáveis”, explica Rogério Bonassi, professor de ginecologia da Faculdade de Medicina de Jundiaí. “Não à toa, a tradução de fogachos em espanhol é sofocación”, conta.

O incômodo pode durar de alguns segundos até 30 minutos e, da mesma maneira que surge, simplesmente desaparece. As “visitas inesperadas” podem acontecer até 15 vezes por dia – inclusive à noite, atrapalhando consideravelmente a qualidade do sono da mulher – e estenderem-se de seis meses a cinco anos, em média. “Os números de prevalência de fogachos no Brasil são bastante similares aos que temos em outros países, como Estados Unidos”, explica Bonassi. “Eles são comuns e atingem de 85% a 90% das mulheres na menopausa”, aponta.

Mas para o incômodo passageiro não virar um verdadeiro transtorno, que faz despencar a qualidade de vida das mulheres, é preciso procurar um médico. O ginecologista pode ajudar a controlar e a amenizar os sintomas com diferentes atividades ou tratamentos. Exercícios físicos ajudam a equilibrar a produção de hormônios – o que contribui também para amenizar os fogachos –, além de diminuir a ansiedade. “A ioga é uma modalidade que costumamos indicar, por ser bastante relaxante”, conta Bonassi.

Geralmente, mudanças no estilo de vida são suficientes para muitas mulheres: abandonar o tabagismo, aderir à atividade física, adotar uma alimentação saudável e uma rotina equilibrada. Porém, quando tais recursos não são suficientes, o médico pode avaliar o tratamento mais adequado para cada paciente. A terapia de reposição hormonal com estrogênio tem sido utilizada durante muitos anos, pois age diretamente no foco do problema. Ele pode ser natural (extraído de substâncias animais) ou sintético (produzido em laboratórios, a partir de substâncias químicas que “imitam” os hormônios naturais).

Há ainda a utilização de medicamentos antidepressivos que atuam na recaptação de dois tipos de neurotransmissores, entre eles a noradrenalina, que ajuda a regular o funcionamento do hipotálamo – uma peça importante no controle da temperatura corporal.

Sobre o estrogênio

Esse hormônio tem influência em praticamente todas as características típicas da mulher: crescimento das mamas, alargamento dos quadris, desenvolvimento da vagina e do útero, entre outras. Por isso, ele é conhecido como o hormônio feminino. A produção do estrogênio começa na adolescência, quando essas mudanças afloram, transformando a menina em mulher.

Ao se aproximar da menopausa, as taxas desse hormônio começam a diminuir. Com essa queda, vêm efeitos como menor brilho na pele e mudança em sua textura, secura vaginal e aumento no acúmulo de gordura corporal (especialmente na região abdominal). Além disso, o estrogênio também contribui para a função equilibrada do hipotálamo – região cerebral que ajuda a controlar a temperatura corporal. Com o desequilíbrio é que começam os fogachos.

Fogachos

  • O que são – Ondas de calor acompanhadas de angústia e rubor, que acometem mulheres na menopausa.
  • Por que acontecem – A diminuição do hormônio estrogênio durante a menopausa pode desequilibrar o funcionamento do hipotálamo. Essa área do cérebro é uma das responsáveis por regular a temperatura do corpo.
  • Como controlá-los – Adoção de um estilo de vida saudável, que inclui atividade física e alimentação equilibrada. Nos casos mais severos, tratamentos com reposição hormonal ou antidepressivos podem ser adotados.
Vida Equilíbrio

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