O fantasma do Alzheimer

Conhecida por “epidemia silenciosa”, a doença de Alzheimer – caracterizada, inicialmente, pela perda progressiva da memória e linguagem – tornou-se um aterrorizante fantasma para a população que, por falta de informações, associa equivocadamente esta enfermidade a qualquer indício de esquecimento e desconcentração. Embora a medicina ainda não tenha encontrado a cura para esta doença, atitudes favoráveis a uma vida saudável podem retardar o seu aparecimento.

De acordo com a médica neurologista Viviane Zétola, do Hospital Santa Cruz, em Curitiba, “existem diversos tipos de doenças da memória, sendo que a maioria delas está relacionada a doenças vasculares, como infarto cerebral e acidente vascular. Estas, ao contrário do Alzheimer, podem ser prevenidas desde cedo”, afirma. A especialista alerta para um dado: somente 5% dos casos de Alzheimer são puros, sendo mais freqüente a sua associação a outras doenças vasculares, caracterizando-se como uma doença mista. No entanto, é comum que as pessoas generalizem e classifiquem todas as demências cerebrais como inevitáveis e irreversíveis, tal qual a epidemia silenciosa, cuja causa é desconhecida.

No filme argentino “O filho da noiva”, obra do diretor Juan José Campanella, o protagonista vivencia a inexorável perda de memória de sua mãe, portadora de Alzheimer, que não mais reconhece o próprio filho e perde a condição de ter uma vida relativamente normal, sendo internada em um asilo. Sobre o enveredamento a estas instituições de repouso, a especialista alerta para uma condição muito delicada, referente ao preconceito com os idosos: “A perda de memória é extremamente comum durante o envelhecimento, no entanto, com essa estigmatização da doença de Alzheimer, as pessoas acabam por isolar socialmente os idosos, agindo de forma intransigente. Sem informações adequadas, elas se precipitam em achar que a solução é o asilo”, diz. Segundo Viviane “é muito importante manter os idosos socialmente ativos, porque isso contribui com a qualidade da memória e com a saúde cerebral”, completa.

Para avaliar melhor a perda de memória, é necessária a realização de alguns exames específicos, como o de imagem cerebral e avaliação psicométrica com testes de linguagem. O Alzheimer, no seu estado puro, caracteriza-se por não apresentar comprometimentos vasculares, além da perda gradativa de funções e dificuldade em realizar tarefas rotineiras. “Muitas pessoas me procuram assustadas, alegando que se esquecem das obrigações com facilidade e acham que estão com Alzheimer. A doença virou mesmo um mito. Esquecimentos podem estar relacionados ao déficit de atenção e falta de concentração, normalmente causados pelo estresse”, explica Viviane. Para ela, é importante manter uma boa qualidade de vida, evitando o sedentarismo, comidas gordurosas, cigarro e bebidas alcoólicas, além de praticar atividades físicas. “Atitudes como estas melhoram o processo de envelhecimento, tornando-o mais saudável e evitando o aparecimento de inúmeras doenças, entre elas, as vasculares”, finaliza.

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