Os cuidados com o “pé diabético”

A neuropatia diabética é um dos distúrbios mais complexos e, ao mesmo tempo, mais comuns associados ao diabetes: atinge a cerca de 50% dos pacientes. As causas, de acordo com a especialista, ainda não foram completamente elucidadas pela ciência. No entanto, sabe-se que os níveis elevados de glicose no organismo dos pacientes diabéticos ocasiona o aumento do “estresse oxidativo”, causando danos aos nervos periféricos – aqueles que não fazem parte do sistema nervoso central. Os pés são os membros mais atingidos. Os sintomas, quando surgem, variam de dores intensas a diminuição da sensibilidade.

Uma das principais características dos sintomas é seu surgimento ou piora à noite, no horário de repouso. Isso causa um grande impacto na qualidade de vida dos pacientes. Muitos chegam a acordar no meio da noite com dores nas pernas, outros têm dificuldades para dormir, por conta de sensações, como queimação, formigamento, dores descritas como facada ou pontada, ou choque na perna e nos pés. “Há casos em que a pessoa sente dores com o toque do cobertor ou lençol, ou mesmo da roupa, que caracteriza a alodínia – muitas vezes não compreendida como uma forma de dor neuropática”, conta a Dra Hermelinda.

A perda da sensibilidade, por sua vez, traz outros riscos: uma ferida no pé – ocasionada por um objeto estranho dentro do sapato, ou mesmo por um corte de unha mal feito – pode passar despercebida e, com o passar do tempo, evoluir para uma ulceração de difícil cicatrização. Nos casos em que não há tratamento em tempo hábil, existe o risco da amputação do membro. “A neuropatia diabética é a maior causa de amputações não-traumáticas, aquelas que não são causadas por acidentes – compreendendo entre 40 a 70% em todo o mundo”, afirma.

O diagnóstico da neuropatia diabética é feito por meio do exame dos pés do paciente, no consultório, além de testes neurológicos básicos que visam detectar a resposta a estímulos dolorosos e não dolorosos (temperatura, dor, vibração e proteção plantar, além de reflexos).

“Os exames são simples, de baixo custo e podem ser feitos por qualquer profissional adequadamente treinado. Mas, infelizmente esta não é uma prática adotada pela maioria dos médicos. Dados de uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Diabetes, realizada pela internet em 2005, apontam que 65% dos mais de 300 pacientes-internautas participantes nunca tiveram seus pés examinados”, relata Dra. Hermelinda Pedrosa. Segundo a especialista, a falta de prevenção e do tratamento para os pacientes com neuropatia diabética causa um grande impacto psicossocial, seja na qualidade de vida dos pacientes e seus familiares, seja no alto custo para o sistema de saúde, sobretudo com gastos relacionados à amputação.

A prevenção passa primeiramente pelo controle constante da glicemia dos diabéticos – principalmente para aqueles com diabetes tipo1 – assim como das outras complicações ligadas à doença como a hipertensão arterial, dislipidemia e a obesidade. Ao mesmo tempo, as equipes médicas devem estar permanentemente atentas à condição dos pés dos pacientes. “A neuropatia diabética não tem cura, mas podemos controlar a doença impedindo sua progressão e aliviando os sintomas com o uso de medicamentos disponíveis no mercado. O diagnóstico precoce é fundamental para impedir que o paciente tenha complicações mais graves, como a formação de úlceras de difícil tratamento, impedindo assim que haja necessidade de amputação do membro”, completa a Dra Hermelinda Pedrosa.

Redação Vida Equilíbrio

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