Queda da temperatura afeta a qualidade de vida do paciente reumático

inverno

Foto: Corbis

É muito comum ouvirmos dos pacientes reumáticos que durante o inverno, “o reumatismo ataca”, ou suas dores se agravam… “Na verdade, o que ocorre é que o ambiente mais frio aumenta a sensibilidade e a percepção dolorosa, levando o paciente a acreditar que a doença ‘atacou’ por causa do frio”, esclarece o reumatologista Sergio Bontempi Lanzotti, diretor do Instituto de Reumatologia e Doenças Osteoarticulares.

Com a chegada do inverno, as queixas de incômodos ósseos, articulares e musculares aumentam. Mas a ciência ainda não conseguiu explicar precisamente porque dores desse tipo se tornam mais agudas com a queda da temperatura. Há poucos estudos sobre o impacto do frio no organismo e suas consequências fisiológicas. Sabe-se, porém, que as temperaturas mais baixas provocam constrição vascular, prejudicando a circulação do sangue no corpo. Essa seria a provável causa da maior sensibilidade à dor nas épocas frias.

Some-se a isso o fato de que a musculatura, em busca de aquecimento, tende a se contrair, fazendo com que algumas regiões se tornem mais doloridas. Já nas articulações, o líquido sinuvial também se torna mais espesso com o esfriamento do corpo, o que pode prejudicar movimentos e gerar incômodos.

Segundo Sergio Lanzotti, seus pacientes com artrite, artrose, lúpus, esclerose sistêmica e fibromialgia reclamam mais dos efeitos do frio. “Precisamos lembrar que durante o inverno, muitas pessoas se sentem desestimuladas a fazer exercícios físicos. Só que para o paciente reumático, os exercícios físicos são fundamentais e integram o tratamento. Os exercícios aeróbicos ajudam a melhorar a qualidade do sono e diminuem a sensibilidade à dor. Ou seja, mesmo durante a época mais fria do ano, o ideal é que o paciente reumático mantenha sua rotina de exercícios físicos”, defende o reumatologista.

A seguir, o médico enumera algumas dicas para que o paciente reumático encare melhor os dias frios do inverno:

  1. Agasalhe-se corretamente: manter o corpo aquecido é fundamental. Para sentir-se aquecido, o ideal é cobrir as extremidades do corpo: pés, punhos, mãos, pescoço e cabeça;
  2. Coloque um aquecedor no quarto pode atenuar as dores noturnas;
  3. Bolsas de água quente podem trazer alívio imediato para dores musculares, sequelas de fraturas ou desconfortos provocados por artrose, artrite e fibromialgia. A aplicação local de calor estimula a circulação e relaxa os músculos;
  4. Exercite-se: manter a atividade física apesar do termômetro registrando temperaturas mais baixas é fundamental para evitar dores no corpo;
  5. Alongue-se: embora a vontade seja a de “ficar na cama”, a prática de alongamentos é essencial para evitar a contração dos músculos e para ajudar as articulações a se manterem lubrificadas;
  6. Quem tem fraturas antigas que voltam a doer com o frio ou doenças ósseas degenerativas pode recorrer a sessões de fisioterapia como estratégia para aliviar os incômodos;
  7. Invista na hidroterapia: essa prática leva técnicas da fisioterapia para a piscina aquecida e é excelente para idosos e portadores de dores ósseas, articulares e musculares agudas;
  8. Faça uma massagem: elas ajudam a estimular a circulação e a “destravar a musculatura enrijecida”, aliviando as dores.

O diretor do Iredo lembra também que pacientes que sofrem com osteoporose podem apresentar, no inverno, mais dificuldade de metabolizar o cálcio devido à ausência de sol. “Além de prestar mais atenção à sua dieta, o paciente com osteoporose deve tomar sol todos os dias, mesmo nos curtos períodos de luz solar do inverno”, alerta o médico.

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