Vacina contra HPV a partir dos 9 anos terá grande impactona redução da doença no Brasil

 No início do mês, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a ampliação da faixa etária para o uso da vacina bivalente de HPV. Antes da decisão, o imunizante era indicado para meninas entre 10 e 25 anos. Com a mudança, seu uso pode ser feito por meninas a partir dos 9 anos.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer, tanto a vacina bivalente (que protege contra o HPV 16 e 18) quanto a quadrivalente (que dá proteção contra o HPV 6,11, 16 e 18) são importantes ferramentas, principalmente, contra o câncer decolo de útero.
O Ministério da Saúde anunciou, na segunda-feira (1º), que o SUS passará a oferecer vacina contra o papilomavírus humano (HPV) a partir de março de 2014.O SUS fará a imunização de meninas de 10 e 11 anos, sendo que a meta é vacinar 80% desse público-alvo.
A vacina vai ser utilizada contra quatro tipos do vírus HPV, que, segundo o ministério,são responsáveis por alto índice de casos de câncer de colo de útero. A infecção pelo HPV é comum e, na maioria dos casos, regride espontaneamente. No entanto, em um pequeno número de casos a infecção se mantém, aumentando o risco do surgimento de lesões. Quando não tratadas, elas podem levar ao câncer de colo de útero, de vagina e boca, por exemplo.

“Estima-se que a vacina é mais eficaz quanto mais precoce for sua administração e que esta deve se dar antes do início da vida sexual. Isso porque a imunização apresenta maior eficácia na proteção de pessoas que nunca tiveram contato com os tipos virais das vacinas. Países que adotaram a vacinação em programas nacionais de imunização o fizeram na faixa etária de 9 à 13 anos e com bons resultados”, ressalta o pediatra  Prof. Dr. Paulo Taufi Maluf Júnior.
Para o médico, esse trabalho de prevenção por parte do Ministério terá um impacto gigantesco na redução de casos no Brasil. “Em cerca de 50% dos casos de câncer de colo uterino, este se apresenta associado à infecção pelo HPV, vai daí a grande importância em implantar-se a vacinação. As normas indicam que mulheres entre 9 e 26 anos de idade e homens de 11 a 21 anos constituam o público-alvo para imunização, realizada com três injeções em período de 6 meses. Os resultados até hoje têm demonstrado que houve queda significante de infecção por HPV em áreas onde ela tem sido regularmente usada e que os efeitos colaterais são amplamente tolerados, representados especialmente por dor local e febre baixa em pequena parcelados casos”, enfatiza o Prof.Dr. Paulo Taufi Maluf Júnior.

Este vírus representa a principal infecção sexualmente transmissível e estima-se que mais de 80% de mulheres na idade de 50 anos já foram infectadas em alguma época pelo HPV. Dado que a maioria das infecções é assintomática, boa parte das pessoas que adquire o vírus não sabe que isso ocorreu. A infecção viral é resolvida pelo próprio organismo ao cabo de alguns meses, mas cerca de 10% das pessoas permanecem com o vírus.
A detecção precoce do câncer de colo de útero se faz com exames ginecológicos periódicos acompanhados de coleta de células para análise. De acordo com o Ministério, a vacina tem eficácia comprovada para pessoas que ainda não iniciaram a vida sexual, mas não elimina as outras ações de prevenção, como a realização do exame Papanicolau e o uso de camisinha nas relações sexuais.

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Redação Vida Equilíbrio