Pesquisa revela que ingestão de plásticos por peixes é generalizada

filé de peixe

Foto: Corbis

Pesquisadores do sul da Califórnia divulgaram ontem uma pesquisa mostrando que em torno de 35% dos peixes coletados em 2008, em uma expedição na costa oeste, tinham plástico em seus estômagos. De acordo com a pesquisa apresentada pela Algalita Marine Research Foundation e Southern California Coastal Water Research Project, a maior preocupação é que ao se movimentar pela cadeia alimentar esse plástico acaba sendo ingerido por humanos.

Grande parte dos peixes encontrados era da família myctophidae, peixes que vivem em profundidade e que sobem a superfície de noite para se alimentar de plâncton. Como são peixes muito comuns nos oceanos e também uma fonte alimentar para outros peixes como o atum, a descoberta dos fragmentos de plástico levanta questões sobre as possíveis consequências na vida marinha e possivelmente no consumo de peixes por humanos.

“Quando os pedaços de plástico se quebram, eles se parecem em tamanho, forma e textura com o alimento natural do peixe,” explicou Charles Moore, fundador da Algalita e um dos autores do estudo. “O que estamos observando é que o plástico consumido pelo peixe acaba contaminando toda a cadeia alimentar”, diz Moore.

Os peixes tinham ingerido em média dois pedaços de plástico, mas pesquisadores que dissecaram centenas de peixes que se alimentam de plâncton acharam até 83 fragmentos de plásticos em um único peixe.

Pesquisadores já haviam documentado o perigo que representa o lixo formado por plástico lixo flutuante para tartarugas, aves e mamíferos marinhos que ou se alimentam com o lixo ou se enroscam nos pedaços quebrados. No entanto, esse estudo foi o primeiro a quantificar o efeito em pequenos peixes.
A Algalita é uma entidade sem fins lucrativos que conduz pesquisas científicas com o lixo espalhado nos oceanos e também em favor da favor da limitação da “pegada plástica”em rios e mares. A Coastal Water Research Project é um instituto de pesquisa ambiental formado por 14 agências governamentais.
No estudo, pesquisadores percorreram mais de 1,6 mil quilômetros de costa e observaram os peixes que vivem perto de partículas de lixo flutuante em uma área do oceano conhecida como o eastern garbage patch (depósito de lixo do leste). Eles dissecaram e analisaram os peixes em um laboratório da cidade de Costa Mesa.

A pesquisa foi publicada no jornal científico Marine Pollution Bulletin e os autores apresentarão os resultados nesta sexta-feira no evento Plastics are Forever International Youth Summit (Plásticos são para sempre) em Long Beach onde adolescentes dos Estados Unidos e outros 13 países se encontrarão para compartilhar ideias de como combater a poluição plástica. O estudo também será apresentado no final de março na Fifth International Marine Debris Conference (Quinta Conferência Internacional sobre lixo marinho) em Honolulu.
Texto originalmente publicado no LA Times em 11 de março de 2011.

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1 Comentário

  • Joshensantos
    28 de junho de 2012 em 15:52

    A situação é alarmante. Estamos respirando MP10 e O3, bebendo álcool e contaminantes, comendo agrotóxico, plástico, tinta, benzeno e toneladas de açúcar.

    O mundo já está insustentável. Nossos alimentos são todos contaminados. Nosso ar é contaminado.

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