Pais precisam ficar atentos com aumento de casos de coqueluche e sarampo
Os casos de coqueluche e sarampo têm aumentado em diferentes estados brasileiros nos últimos meses e, consequentemente, a preocupação com a necessidade de prevenção já que as duas doenças são altamente contagiosas e podem trazer consequências graves para a saúde de crianças, adultos e idosos.
O aumento do número de casos de coqueluche e sarampo está sendo atribuído pelos especialistas à diminuição da cobertura vacinal, ponto abordado também pela revista Contemporary Pediatrics (março/2015). De acordo com a publicação americana, os pais estão deixando de vacinar os filhos pela febre que a vacina contra coqueluche pode causar (vacina DPT ou tríplice bacteriana) e também por uma informação que, hoje se sabe que é falsa e foi veiculada há alguns anos imputando à vacina contra sarampo, dada em conjunto com as de caxumba e rubéola (tríplice viral), o desencadeamento de autismo.
No entanto, o Prof. Dr. Paulo Taufi Maluf Júnior (CRM/SP 21.769), pediatra do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas e do Hospital Sírio-Libanês, alerta que essa postura de ser contrário à imunização dos filhos coloca em risco a vida das crianças. “O pediatra quando se depara com uma posição como esta deve informar os responsáveis sobre a importância da vacinação e, se possível, desencorajar os pais a manter essa prática, explicando as consequências”, ressalta o médico.
Coqueluche
Crianças com menos de um ano são as vítimas mais frequentes da doença respiratória, que é causada pela bactéria Bordetella pertussis. Os sintomas são crise de tosse seca e contínua e febre. As consequências podem ser graves, caso a doença não seja tratada, porque pode evoluir para complicações pulmonares e neurológicas.
Vacinação
As crianças devem ser vacinadas aos 2, 4 e 6 meses e receber reforços aos 15 meses e entre 4 e 6 anos para que a imunização se complete. As doses estão disponíveis gratuitamente nos postos de saúde. Após 10 anos, mesmo quem já teve a doença ou tomou todas as doses precisa se imunizar novamente.
“A criança doente deve se manter afastada de outras pessoas e em ambientes arejados. Pratos, talheres e copos não devem ser misturados e, quem entrar em contato com a pessoa infectada precisa lavar bem as mãos”, recomenda o Dr. Paulo Maluf.
Desde o fim de 2014, o Ministério da Saúde passou a vacinar as mulheres grávidas em qualquer Unidade Básica de Saúde do município.
Sarampo
A doença é causada por um vírus e a contaminação acontece pelo ar. O único meio de se proteger é com vacina. Os sintomas são febre alta, erupções avermelhadas pelo corpo, tosse, coriza, conjuntivite e manchas brancas na mucosa bucal. Além dos sintomas, a doença pode levar à pneumonia, edema cerebral e até à morte.
Vacinação
A primeira dose da vacina contra o sarampo deve acontecer quando a criança completa 1 ano de vida e, a segunda, três meses depois. Adultos devem receber um reforço da vacina pelo menos uma vez. Se a mulher pretende engravidar, pode tomar cerca de 3 meses antes da concepção.