Animais e plantas podem causar doenças de pele durante o verão

água viva

Foto: Corbis

A estação do ano na qual as pessoas mais têm contato com plantas e animais, por causa do maior tempo em ambientes externos durante as viagens para o campo ou para a praia, o verão é também a mais propícia para se contrair dermatites de contato, especialmente aquelas doenças de pele causadas pelo contato com animais e plantas.

Segundo Dr. Vidal Haddad Junior, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia Regional São Paulo, a incidência deste tipo de doença tem aumentado significativamente nos últimos anos e o maior problema está na ausência de tratamento e nas dificuldades encontradas para o diagnóstico.

O dermatologista constatou o fato depois de passar dois anos consecutivos monitorando este tipo de acidente na cidade de Botucatu (interior de São Paulo) e Ubatuba (litoral norte do Estado) onde acompanhou, em clínicas e ambulatórios relacionados à praia e ao campo, dezenas de dermatites provocadas por animais e plantas, notando que estes ocorriam, principalmente, nos períodos de férias e também quando as pessoas passavam finais de semana mais em contato com a natureza.

“Os acidentes mais freqüentes causados por animais peçonhentos foram provocados (em sequência decrescente) por lagartas, formigas, aranhas e besouros. Já as aroeiras são as plantas responsáveis pelo maior número de casos clínicos registrados no campo”, esclarece Dr. Haddad.

Ele acrescenta que, nas praias, a atenção deve ser tomada com os animais marinhos como ouriços-do-mar – 50% dos casos atendidos em hospitais litorâneos – e águas-vivas, que junto de outros peixes venenosos como o bagre, o cação, o peixe escorpião e as arraias, provocam queimaduras quando seus tentáculos tocam a pele; envenenamento e outros danos.

As plantas deste ambiente também podem representar risco de doenças de contato, especialmente nas regiões onde a Mata Atlântica é bem preservada. Um dos problemas encontrados são as fitofotodermatites – dermatites semelhantes a queimaduras, causadas por substâncias presentes em árvores como as que produzem frutas cítricas, o figo, a manga e o limão, e se forem expostas ao sol.

“Nas praias e nos campos, é preciso muito cuidado ao manusear frutas cítricas, de preferência evitando o contato direto com a pele. Elas representam um risco muito grande, principalmente, se seguido da exposição ao sol”, completa o médico.

Outros tipos de vegetação marinha podem causar problemas para os banhistas. “São exemplos: a urtiga, que pode provocar a urticária; plantas como a “comigo ninguém pode” e o “copo de leite” que podem gerar intoxicações, se ingeridas; as palmeiras e outras plantas com espinhos que podem ser responsáveis por acidentes traumáticos. E há, também, algumas algas venenosas” – como explica o Dr. Alexandre de Abreu Sofiatti, dermatologista em Ubatuba.

No entanto, para ambos os especialistas há algumas dicas de prevenção que podem evitar grande parte dos acidentes.

Para o especialista da Regional paulista da SBD, além das dermatites de fácil identificação, há também aquelas em que o diagnóstico é um pouco mais complicado. Por isso, procurar um dermatologista logo após o surgimento agudo de algum sintoma como vermelhidão, inchaço, dor ou ardência na pele, é fundamental e deve ser imediato.

Já o Dr. Sofiatti alerta para que se evitem as áreas costeiras, pois é o principal local de instalação do ouriço-do-mar preto e recomenda atenção redobrada para os locais onde pisamos, observando, sempre que possível, o fundo da água. Ele lembra que a maioria dos acidentes ocorrem nos pés, após a vítima ter pisado em um animal e que a caminhada na areia também merece atenção, pois animais mortos podem provocar acidentes.

E ressalta que “a automedicação jamais deve ser praticada, muito menos que sejam realizados tratamentos caseiros, o que pode colaborar para a piora do quadro”.

“É no estágio inicial dessas enfermidades que conseguimos obter as suas características e sinais, que se manifestam de forma significativa neste primeiro momento. Essas dermatites são, na maioria das vezes, causadas pelo contato direto com o agente e associadas a toxinas ou fenômenos alérgicos, diferindo das enfermidades comumente observadas nos consultórios”, alerta Dr. Vidal.

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