Como se proteger do câncer de pele num país que dá praia o ano inteiro?

homem na praia - surf

Foto: Corbis

O término do verão não pode ser considerado como “uma trégua do sol”. A exposição solar, em qualquer época do ano, requer cuidados com a fotoproteção. No Brasil, segundo o INCA, são esperados um total de 257.870 casos novos de câncer para o sexo masculino e 260.640 para o sexo feminino. As estimativas revelam que o câncer da pele do tipo não melanoma (134 mil casos novos) será o mais incidente na população brasileira.

Ainda de acordo com o INCA, os 5 tumores mais incidentes para o sexo masculino serão o câncer de pele não melanoma (63 mil casos novos), próstata (60 mil), pulmão (17 mil), cólon e reto (14 mil) e estômago (13 mil). Para o sexo feminino, destacam-se, entre os 5 mais incidentes, os tumores de pele não melanoma (71 mil casos novos), mama (53 mil), colo do útero (18 mil), cólon e reto (16 mil) e pulmão (10 mil).

“Diante de todos estes números, é necessário reforçar os alertas contra o câncer de pele, tipo de câncer mais prevalente entre homens e mulheres no Brasil. E num país como o Brasil, onde é possível ir à praia o ano inteiro, é preciso alertar as pessoas que a intensidade da exposição ao sol para os freqüentadores da praia é certamente elevada. Além da exposição solar em si, tanto a água quanto a areia podem refletir os raios solares”, alerta a dermatologista Cristine Carvalho.

Para que a praia ou a piscina no final de semana não se transforme numa ameaça à saúde, é preciso tomar algumas precauções extras. Neste sentido, veja as recomendações de Cristine Carvalho:

1) Para um dia na praia, escolha um filtro solar resistente à água com um mínimo de 30 FPS (Fator de Proteção Solar). Um filtro solar “resistente à água” deve manter a proteção por até 40 minutos de imersão em água, e um “muito resistente à água”, por até 80 minutos. “Para uma proteção eficaz contra as radiações ultravioletas (UVA), prefira os produtos que têm alguma combinação dos seguintes ingredientes: avobenzona, dióxido de titânio e óxido de zinco”, recomenda a médica;

2) Para assegurar que a proteção solar seja efetiva, você deve aplicar o filtro solar 30 minutos antes da exposição solar para permitir que os ingredientes que compõem o produto possam agir sobre a pele. “O ideal é que você passe o protetor solar no corpo todo, antes de colocar o biquíni, o maiô ou a sunga. Assim, você terá uma proteção extra contra o sol e vai evitar as queimaduras solares ao longo das bordas de seu traje de banho. É importante não esquecer de aplicar o protetor solar em todas as extremidades: orelhas, ponta do nariz e na planta dos pés”, ensina a diretora do CDE;

3) “Não esqueça de levar o protetor solar com você para a praia ou para o clube. Mesmo com a aplicação do produto feita em casa, é necessário reaplicar o filtro a cada duas horas ou imediatamente após se enxugar na toalha, seja porque você saiu da água ou por ter suado muito. Meio dia na praia requer pelo menos duas aplicações de filtro solar”, alerta Cristine Carvalho, que também é chefe do Departamento de Fototerapia do Curso de Pós-Graduação em Dermatologia da Fundação Pele Saudável, Instituto BWS;

4) Proteja sua cabeça, rosto e olhos com um chapéu de abas largas. Use óculos de sol que consigam filtrar entre 99-100% da radiação UV. “Cubra-se com mangas compridas e calças quando você não estiver nadando. Para as mulheres, as cangas longas são uma boa opção para cobrir o corpo. Se preferir, opte por roupas feitas especialmente com fatores de proteção ultravioleta 30 ou mais. Uma roupa com um fator de proteção 30 permite que apenas 1/30 da radiação UV penetre no tecido. Para os surfistas e outros esportistas aquáticos, estas peças são indispensáveis”, ensina a médica;

5) “O sol é mais intenso entre dez da manhã e quatro da tarde, então por que não tentar ir à praia de manhã cedo ou no final da tarde? Você vai evitar as multidões e o tráfego. E ainda poderá desfrutar da calma do amanhecer ou de um deslumbrante pôr-do-sol. Os madrugadores podem ir à praia às 7 ou 8 da manhã e planejar sair ao meio-dia. Quem acorda tarde pode optar por chegar depois das três horas e se estender até o comecinho da noite”, recomenda Cristine Carvalho;

6) Não é recomendável passar um dia inteiro na praia, mas se você fizer isto, não esqueça de fazer pausas periódicas na sombra, sob um guarda-sol. “Os guarda-sóis devem proteger contra os raios infravermelhos, aqueles que percebemos pela sensação de calor. E também dos raios ultravioleta: UVA, UVB e UVC, que não são visíveis, mas provocam o envelhecimento precoce da pele e o surgimento de câncer de pele.
Quanto mais transparente o tecido, menor a proteção contra a radiação ultravioleta. Outra dica é a cor do tecido, quanto mais escuro o tecido, maior é a proteção contra a radiação. Uma terceira dica é quanto à elasticidade do tecido, quanto mais elástico, maiores as chances dos raios ultravioletas atravessarem o guarda-sol”, afirma a dermatologista.

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