Crescem problemas de nutrição em países ricos

prato vazio

Foto: SXC

Durante o 2º Congresso Mundial de Saúde Pública e Nutrição, realizado em Portugal no mês de setembro, foram apresentados diversos estudos que revelam evidências de que a fome oculta, que é a deficiência de micronutrientes, tem crescido em países desenvolvidos, apesar dos consumidores terem acesso à alimentação adequada e a campanhas de educação nutricional. A DSM, empresa ativa no desenvolvimento de diversos produtos nutricionais, organizou um fórum dentro do Congresso para discutir o problema.

Estudos realizados em países europeus e na América do Norte apontam que o consumo de vitaminas, incluindo A, E e D, além do ácido fólico, está abaixo do recomendado. Ainda a serem publicados, dados de um estudo desenvolvido pelo Projeto HELENA, Healthy Lifestyle in Europe by Nutrition in Adolescence (Nutrição para adolescentes europeus como forma de promover uma vida saudável, em tradução livre), que investigou a situação de micronutrientes em adolescentes europeus, mostram a existência de motivo para preocupação também entre as gerações mais jovens.

“Muitos dos que vivem em países industrializados acham que as deficiências de vitaminas e minerais ocorrem apenas nos países pobres e em desenvolvimento, mas o novo estudo revela que a realidade não é essa”, afirma o Dr. Manfred Eggersdorfer, Vice-Presidente Senior de Ciência da Nutrição & Advocacia em Nutrição e Saúde da DSM Produtos Nutricionais, no fórum organizado pela empresa. “O fato supreendente e alarmante é que, apesar de haver uma dieta relativamente saudável e acesso a uma grande variedade de alimentos nos países desenvolvidos, a pesquisa aponta para o baixo consumo de muitas das vitaminas e minerais vitais”, finaliza o executivo.

Com base na hipótese da Teoria de Triagem, do Professor Bruce Ames, da Universidade da Califórnia, a ingestão adequada de micronutrientes não é necessária somente para prevenir deficiências imediatas, mas também para reduzir o risco de problemas no futuro. Um estudo realizado pelo Dr. Heike Bischoff-Ferrari, do Centro de Envelhecimento e Mobilidade da Universidade de Zurique, revela que a deficiência em vitamina D não resulta somente no aumento de fraturas ósseas, mas pode causar disfunção muscular (fraqueza, dor) mesmo antes de ocorrerem os efeitos sobre os ossos.

Uma triagem feita em Zurique sobre fraturas no quadril revelou que suplementos vitamínicos na dose correta diminuíram significativamente as taxas de internação (39%), pela redução das lesões relacionadas à queda (60%) e redução de infecções graves em até 90%. Isso significa que as avaliações atuais sobre a ingestão diária recomendada de vitamina D são importantes para a saúde pública.

Não é apenas para a vitamina D que os pesquisadores têm encontrado funções novas e interessantes. A Dra. Mary Ward, do Centro para Alimentação e Saúde da Universidade de Ulster, na Irlanda do Norte, também mostrou no congresso que a vitamina B2 pode ter impacto positivo na redução da hipertensão. A hipertensão é um desafio de saúde pública de ordem global que está relacionada a 14% das mortes no mundo e corresponde a cerca de 10% das despesas mundiais em saúde. A evidência sugere que existe um polimorfismo genético específico (genótipo TT), que afeta 10% da população ocidental e pode estar ligado à pressão arterial. A ligação entre a variação genética e a hipertensão arterial é a vitamina B2, já que esses indivíduos parecem ser particularmente sensíveis à suplementação dessa vitamina. Pesquisas recentes mostraram que em casos de pacientes com polimorfismo e diagnóstico de doença cardiovascular prematura, uma dose 1,6 mg de vitamina B2 por dia durante 16 semanas resulta em diminuição de 9mmHg na pressão arterial sistólica.

A diminuição de apenas 2mmHg na pressão arterial sistólica pode levar a uma redução de 10% da mortalidade por acidente vascular cerebral, o que ressalta o impacto clínico significativo que a vitamina B2 poderia ter neste grupo de pessoas hipertensas. De acordo com o executivo da DSM Produtos Nutricionais, Dr. Eggersdorfer, “isso destaca a importante ciência das interações entre genes e nutrientes – uma área que a DSM está extremamente interessada em levar adiante.”

Apesar de a deficiência de micronutrientes ser especialmente importante em países em desenvolvimento, onde a atenção é necessária para salvar vidas a cada ano, a fome oculta também ocorre no mundo desenvolvido e não deveria ser ignorada, já que o seu impacto na saúde pública no futuro será significativo.

Vida Equilíbrio

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