Dores nas costas podem ser sintomas de doenças mais graves

dor nas costas

Foto: Corbis

Dor nas costas é a doença crônica mais comum no Brasil. Segundo um estudo da Escola Nacional de Saúde Pública, ligada à Fiocruz, 36% dos brasileiros sofre com este problema. O estudo, que ouviu 12.423 pessoas com mais de 20 anos, em todo o país, revela que do total de pessoas acometidas pela dor nas costas, apenas 68% buscam tratamento médico. O estudo brasileiro reforça as estatísticas da Organização Mundial da Saúde, que estima que 80% da população mundial teve, tem ou terá dor nas costas.

Na maioria dos casos, o tratamento é simples: tomar um analgésico e tentar começar com o dia… Mas em alguns casos, pode existir uma causa mais séria para esta dor constante. “Em casos muito raros, a dor nas costas pode ser um sintoma de algo mais sério, como câncer ou tuberculose. Se você tem dor nas costas diariamente, se ela é implacável, se ela não te deixa cumprir as tarefas do dia e nem descansar à noite, você precisa investigar a causa deste sofrimento”, aconselha o reumatologista Sérgio Bontempi Lanzotti, diretor do Iredo, Instituto de Reumatologia e Doenças Osteoarticulares.

A seguir, o médico enumera algumas prováveis razões para o aparecimento das dores nas costas, que, em alguns casos, podem indicar a presença de uma doença mais grave:

“Minhas costas doem quando eu tenho que ficar em pé por muito tempo”

Este pode ser um sintoma de osteoartrite (ou artrose), um distúrbio crônico das articulações caracterizado pela degeneração da cartilagem articular e do osso adjacente, podendo causar dor e rigidez articulares. A osteoartrite, o distúrbio articular mais comum, afeta em um certo grau muitos indivíduos aproximadamente em torno dos 70 anos de idade. Os homens e as mulheres são igualmente afetados, mas o distúrbio tende a ocorrer mais precocemente nos homens.

Ao atingirem os 40 anos de idade, muitos indivíduos apresentam algumas evidências radiográficas de osteoartrite, especialmente nas articulações que sustentam o peso, como a do quadril. No entanto, um número relativamente pequeno apresenta sintomas.

“Geralmente, os sintomas apresentam um desenvolvimento gradual e afetam apenas uma ou algumas poucas articulações. A dor, a qual geralmente piora com a prática de exercícios, é o primeiro sintoma. Alguns indivíduos podem apresentar rigidez articular após um período de sono ou após um período de inatividade, mas, normalmente, a rigidez desaparece 30 minutos após a articulação começar a ser movimentada. À medida em que a lesão causada pela osteoartrite piora, a articulação pode tornar-se menos móvel e, finalmente, ela pode congelar em flexão”, explica o reumatologista.

Exercícios apropriados – incluindo os de alongamento, de musculação e posturais – ajudam a manter a cartilagem saudável, aumentam a amplitude dos movimentos da articulação e fortalecem os músculos circunvizinhos, de modo que eles possam absorver melhor os choques. O exercício deve ser equilibrado com o repouso das articulações doloridas. No entanto, é mais provável que a imobilização de uma articulação piore a osteoartrite ao invés de aliviá-la. “O uso de cadeiras, poltronas reclináveis, colchões e assentos de carro excessivamente macios pode piorar os sintomas. Comumente, recomenda-se o uso de cadeiras de encosto reto, colchões duros e estrados de cama inteiriços”, orienta Sérgio Lanzotti.

“Para a osteoartrite da coluna vertebral, exercícios específicos algumas vezes são úteis e, quando o quadro é grave, pode ser necessário o uso de suportes ou coletes ortopédicos para as costas. A manutenção das atividades cotidianas e da atividade laborativa é importante. A fisioterapia – freqüentemente terapia com calor – também pode ser útil”, diz o médico.

“Não são apenas as minhas costas que doem, minhas pernas também”

Dor nas pernas, dormência ou fraqueza que se inicia na região lombar e desce até o nervo ciático na perna são conhecidas como ciática. A dor tende a ser constante em um lado da nádega ou da perna e é agravada quando a pessoa senta. A ciática é geralmente causada por uma hérnia de disco, ou seja, quando os discos da coluna vertebral, que agem como amortecedores entre os ossos de movimento da coluna, pressionam os nervos.

“As vértebras da coluna vertebral são separadas por discos cartilaginosos. Cada disco possui uma camada externa forte e uma parte interna mais mole, cuja função é absorver os choques para proteger as vértebras durante os movimentos. Se o disco se degenerar, após uma lesão ou durante o processo de envelhecimento, a parte interna do disco pode romper através da parte externa, hérnia discal. A parte interna rota do disco pode comprimir ou irritar uma raiz nervosa, podendo inclusive lesá-la”, explica o reumatologista.

A maioria das hérnias discais resolve-se espontaneamente. A menos que a perda das funções nervosas seja progressiva e grave, a maioria dos indivíduos com hérnia discal lombar recupera-se sem necessidade de cirurgia.

“Comumente, o desconforto desaparece com o relaxamento realizado em casa. Em casos raros, o indivíduo necessita de repouso no leito durante alguns dias. As atividades que sobrecarregam a coluna vertebral e que provocam dor (levantar objetos pesados, inclinar-se ou fazer esforço) devem ser evitadas. Para dormir, é útil um colchão firme sobre um suporte rígido. Muitos indivíduos beneficiam-se com o simples ajuste da posição de dormir: um travesseiro sob a cintura e outro sob o ombro podem ajudar quem costuma dormir de lado. Um travesseiro sob os joelhos pode ajudar aqueles que dormem de costas”, informa o médico.

A aspirina e outros antiinflamatórios não-esteróides (AINEs) normalmente ajudam a aliviar a dor. A dor intensa é tratada com analgésicos opióides. Alguns acreditam que os miorrelaxantes ajudam, embora sua eficácia não tenha sido comprovada.

“Minhas costas e o meu pescoço doem muito, particularmente pela manhã”

A dor pode indicar a presença de uma espondilite anquilosante, um tipo de inflamação que afeta os tecidos conectivos, caracterizando-se pela inflamação das articulações da coluna e grandes articulações, como os quadris, ombros e outras regiões. “A espondilite anquilosante caracteriza-se pelo surgimento de dores na coluna de modo lento ou insidioso, durante algumas semanas, associadas à rigidez matinal da coluna, que diminui de intensidade durante o dia. A dor persiste por mais de três meses, melhora com exercícios e piora com repouso”, explica Sérgio Lanzotti.

No início, a espondilite anquilosante costuma causar dor nas nádegas, possivelmente se espalhando pela parte de trás das coxas e pela parte inferior da coluna. Essa dor tem origem nas articulações sacroilíacas. Alguns pacientes se sentem doentes de uma forma geral, sentem-se cansados, perdem apetite e peso e podem ter anemia.

Embora possa ocorrer indistintamente nos dois sexos, a espondilite anquilosante se manifesta mais frequentemente no sexo masculino, acomete de 4 a 5 homens para uma mulher. “Normalmente, os pacientes desenvolvem os primeiros sintomas no final da adolescência ou no início da idade adulta (17 aos 35 anos), sendo muito rara a sua manifestação após os 40 anos de idade. Quando se manifesta antes da adolescência é descrita como espondilite anquilosante juvenil”, explica o médico.

Não há cura para a espondilite anquilosante e, embora a doença tenda a ser menos ativa conforme a idade avança, o paciente deve estar consciente de que o tratamento dura para sempre. “O tratamento objetiva o alívio dos sintomas e a melhora da mobilidade da coluna, permitindo ao paciente ter uma vida social e profissional normal. O tratamento engloba o uso de medicamentos, fisioterapia, correção postural e exercícios, que devem ser adaptados a cada paciente”, diz o diretor do Iredo.

No tratamento com medicamentos utilizam-se analgésicos para aliviar a dor e anti-inflamatórios. Existem várias substâncias capazes de reduzir ou eliminar a dor que permitem ao paciente uma boa noite de sono e seguir um programa de exercícios. Passada a fase aguda da doença, a maioria dos pacientes não necessita de remédios, uma vez que façam parte de um programa regular de exercícios. Os remédios são necessários esporadicamente, apenas quando os sintomas reaparecem apesar dos exercícios. Para outros pacientes, pode ser necessário um tratamento contínuo com doses reduzidas de medicamentos.

“O propósito dos exercícios é conscientizar o paciente de sua postura, especialmente com relação às suas costas, e encorajar o movimento livre de algumas juntas, particularmente ombros e quadris. É importante fortalecer os músculos, pois o movimento reduzido, mesmo por um curto período de tempo, os enfraquece, podendo levar muito tempo para reconstruí-los”, alerta Lanzotti.

Vida Equilíbrio

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1 Comentário

  • cris
    11 de abril de 2012 em 20:53

    Não pode fazer musculação, inflama as articulaçoes e aii que nunca para de doer ta errada essa informaçao aiiiii de fazer musculação absurdoooonaoooooo podeee caracaaaaaaa

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