Especialista desvenda os mitos sobre a colonoscopia
Indicado para análise do intestino grosso e partes finais do intestino delgado, o exame de colonoscopia é fundamental para o diagnóstico de tumores, pólipos, úlceras, inflamações, entre outras. Entretanto, segundo o Dr. Ricardo Anuar Dib, médico especialista em Endoscopia Gastrointestinal, Mestre em Gastroenterologia Clínica, que integra o corpo clínico do Alta Excelência Diagnóstica, “é comum ver pacientes com receio em fazer exame, por acreditarem que será dolorido ou incômodo”.
“Este é o principal mito da colonoscopia. Porém durante o exame, o paciente não sente dor alguma, pois está sedado e só acorda após o seu término”, afirma Dr. Dib. O que costuma causar maior desconforto é a preparação que acontece antes do exame, onde o paciente precisa tomar alguns comprimidos laxantes e ingerir uma substância que irá provocar uma diarreia osmótica para limpar o intestino grosso e possibilitar o estudo do cólon.
Segundo relatório divulgado pelo INCA, em 2014 houve em torno de 32.600 novos casos de câncer colorretal. Quando detectado precocemente, ele é tratável. O problema é que ele é assintomático, e pode levar anos para começar a dar os primeiros sinais. “Em muitos casos, quando diagnosticado tardiamente, o câncer já se espalhou para outros órgãos. Grande parte desses tumores começa a partir de pólipos, que são facilmente detectáveis com a colonoscopia”, complementa o médico.
Para esclarecer de vez algumas dúvidas frequentes de quem ainda tem receios quanto ao exame, Dr. Ricardo Dib fala sobre alguns mitos e verdades da colonoscopia:
– Durante a colonoscopia também é possível retirar tumores?
Verdade. Esse é um dos maiores benefícios do exame que poucos conhecem. Durante o exame, quando são encontrados pólipos e/ou tumores é possível fazer a sua retirada e até a cura do paciente. Além deste tipo de procedimento, outros casos de terapêutica endoscópica podem ser realizados durante uma colonoscopia, dentre eles a hemostasia de sangramentos, colocação de próteses, dilatações, etc.
– É preciso tomar anestesia geral para fazer o exame?
Mito. Na verdade, a anestesia geral somente é indicada em casos isolados e graves. Rotineiramente as colonoscopias são realizadas e bem toleradas com graus mínimos de sedação (estado de diminuição da consciência) e analgesia (ausência/diminuição da dor). A sedação poderá ser realizada das seguintes formas: superficial, moderada ou profunda, e estes níveis de sedação variam, dependendo do estado emocional, ansiedade, limiar de dor, para cada tipo de paciente. A decisão de qual tipo de sedação deverá ser administrada caberá ao médico realizador do exame ou do anestesista que estará acompanhando o caso.
– O exame deve ser feito anualmente?
Mito. O exame é formalmente indicado para pessoas com: 50 anos ou mais, ou para quem tenha um familiar de 1° grau com diagnóstico de doença tumoral no intestino; com relato de sangramento intestinal; anormalidades diagnosticadas por outros exames de imagem; esclarecimentos de anemia; rastreamento e acompanhamento de tumores do cólon. Segundo Dr. Ricardo, os médicos também o recomendam quando o paciente apresenta sintomas que podem indicar algum problema intestinal, como diarreias frequentes, dores abdominais, sangue nas fezes, entre outros. O período entre um exame e outro vai depender dos sintomas e dos achados durante o exame.
– O exame pode causar efeito colateral ou desconforto após o seu término?
Verdade. Muito embora durante muito tempo esta informação fosse omitida, nos dias atuais, é fundamental que seja esclarecida. O que eventualmente pode acontecer é o paciente sentir um pouco de sonolência, decorrente da medicação tomada antes do exame. Em alguns casos também é relatado um desconforto na região abdominal, devido aos gases inseridos no intestino para melhorar a visibilidade. Mas os sintomas são passageiros e em poucas horas desaparecem. Segundo Dr. Ricardo, considerando todos os prós e contras trazidos pela colonoscopia, os efeitos são mínimos e não devem ser temidos pelos pacientes. Porém o paciente deverá ser sempre informado que durante os procedimentos terapêuticos e em alguns casos diagnósticos podem ocorrer, perfuração, ruptura de baço ou sangramento, riscos pequenos, mas reais.