Lúpus aumenta as chances de desenvolvimento de câncer

As pessoas com lúpus eritematoso sistêmico apresentam 1,15 % mais chances de desenvolver câncer e mais de 2,5% de chances de desenvolver doenças hematológicas malignas, como o linfoma e a leucemia. Os dados foram anunciados por pesquisadores da Divisão de Reumatologia e Epidemiologia Clínica, da Universidade McGill, no Canadá, durante a Reunião Científica Anual do Colégio Americano de Reumatologia.

“O lúpus eritematoso sistêmico, também chamado de LES, é uma doença inflamatória crônica que pode afetar a pele, articulações, rins, pulmões, sistema nervoso, e/ou outros órgãos do corpo. Os sintomas mais comuns incluem erupções na pele e artrite, freqüentemente acompanhada de fadiga e febre. A doença acomete principalmente mulheres na idade fértil”, explica o reumatologista Sérgio Bontempi Lanzotti, diretor do Instituto de Reumatologia e Doenças Osteoarticulares (Iredo).

Diversos estudos anteriores já haviam mostrado uma relação entre o lúpus e o risco de câncer, mas a pesquisa canadense aprofunda-se ao definir de forma mais precisa o risco de câncer no LES. “Durante nove anos, os pesquisadores acompanharam 13.492 pacientes com lúpus. Neste grupo foram diagnosticados 632 casos de câncer e detectados dados muito relevantes sobre os cânceres hematológicos. Segundo os pesquisadores da Universidade McGill, pacientes com lúpus são 3,2% mais propensos a desenvolver linfomas que a população geral, 3,4% mais propensos a desenvolver Linfomas Não-Hodgkin, além de apresentarem também um risco maior de 1,7% de desenvolver leucemia”, informa o reumatologista.

O estudo também revelou que pessoas com lúpus que têm menos de 40 anos apresentam um risco particularmente mais elevado de desenvover câncer que a população em geral: 1,7%.

Estatinas não devem ser prescritas para crianças com lúpus

Outro estudo sobre lúpus que chamou atenção, durante o evento, foi o que revelou que embora as estatinas sejam conhecidas por ajudar a evitar a progressão da aterosclerose, o medicamento não deve ser prescritos rotineiramente para crianças e adolescentes com lúpus, mesmo em vista ao maior risco do desenvolvimento de aterosclerose precoce.

“O lúpus é identificado como um forte fator de risco para infarto e derrame cerebral. As crianças com lúpus têm um risco particularmente mais elevado de sofrerem com os dois problemas, devido à sua maior exposição à doença, ao longo da vida. A aterosclerose – acúmulo de depósitos de gordura nas paredes da artéria – que normalmente leva a ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais, na idade adulta, manifesta-se em uma idade mais precoce e progride mais rapidamente em pessoas com lúpus”, diz o diretor do Iredo.

As estatinas são conhecidas por reduzir as complicações cardiovasculares e a morte entre a população adulta, em geral. Mas até agora, nenhum estudo havia sido feito sobre a prevenção da aterosclerose entre jovens com lúpus. Com o apoio do Carra Group – Childhood Arthritis & Rheumatology Research Alliance, pesquisadores da Escola de Medicina da Duke University, em Durham, Estados Unidos, puderam se aprofundar sobre o tema, acompanhando 221 jovens com lúpus, entre 10 e 21 anos, que foram recrutados para participar da pesquisa.

Os participantes foram aleatoriamente divididos em dois grupos: um recebeu atorvastatina e o outro um placebo por 36 meses. Os participantes também receberam hidroxicloroquina, aspirina, uma multi-vitamina diária, bem como recomendações sobre a importância de uma dieta baixa em colesterol, além de aconselhamento sobre fatores de risco cardiovasculares. Todos os participantes continuaram com os mesmos cuidados de rotina em relação ao lúpus e com o acompanhamento de um reumatologista pediátrico local.

“O estudo mostrou que, enquanto as estatinas podem reduzir níveis de PCR e lipídico em jovens com LES, como fazem em outras populações, o medicamento não têm um efeito positivo suficiente para prescrevê-las rotineiramente para crianças com lúpus. Na prática clínica, o estudo auxiliará os reumatologistas pediátricos. Eles não devem prescrever rotineiramente estatinas para seus pacientes, ainda na infância”, diz Sérgio Lanzotti.

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1 Comentário

  • Joice
    25 de outubro de 2013 em 0:40

    Essa informaçao foi importante para meu tratamento se puderem me mandar novas informaçoes eu agradeço .

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