O que é foco irritativo cerebral idiopático?

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Foto: Corbis

Há alguns meses, o então presidente do PT, José Eduardo Dutra, renunciou ao cargo por sofrer de epilepsia com crises de ausência da realidade. O ex-presidente foi diagnosticado com foco irritativo cerebral idiopático.

Inicialmente, Carolina afirma, neurologista do Hospital Esperança, é interessante definir o que é epilepsia: “Epilepsia significa crises epilépticas recorrentes, ou seja, é necessário haver repetição de duas ou mais crises num período maior que 24 horas”. As crises mais popularmente conhecidas são as generalizadas e apresentam eventos motores de contração muscular mantida que dura segundos ou minutos (é a chamada fase tônica). Outras vezes, há contrações seguidas de relaxamento (fase clônica); e, ainda menos comumente, contrações semelhantes a choques (chamadas de mioclonias).

Pode haver ainda liberação vesical (o paciente urina na roupa), sialorreia e cianose generalizada. “Nas crises epiléticas há uma descarga neuronal excessiva e síncrona que pode ser em uma área restrita do cérebro, chamando-se a crise de focal, ou abranger ambos os hemisférios cerebrais, sendo então generalizada. Em algumas situações, estas descargas têm comportamento inicial focal e depois generalizam”, explica a médica.

Nas crises focais, há um conjunto de sintomas variados que vão depender da área cerebral ativada. “Elas podem surgir com manifestações motoras mais restritas a uma parte do corpo e, às vezes, com fenômenos psíquicos de sensações de estranhamento do ambiente (jamais vu) ou crença de já tê-lo visto antes (déjà vu), comuns nas crises temporais”, explica Carolina Cunha. Por vezes, há crises muito incomuns e bastante “curiosas”, esclarece a profissional: “Como as crises com sintomas orgásticos já descritos por Dostoievski, que padecia desse mal. Outra forma interessante são as crises gelásticas (crise de riso inapropriado), comumente associadas com um tumor hipotalâmico chamado hamartoma”.

A epilepsia idiopática está em um grupo de epilepsias no qual não há lesão cerebral definida, mas há provável predisposição genética. Esse grupo é geralmente chamado de idade-dependente, porque costuma se manifestar na infância, mas adolescentes e adultos também podem ser identificados. O controle por meio de medicamentos costuma ser simples, mas alguns fatores externos devem ser evitados nos epilépticos em geral, alerta Carolina, pelo risco de recorrência de crises. Os principais são: “Privação do sono, abuso de álcool e uso irregular do anticonvulsivante”.

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