Pacientes cardíacos são mais vulneráveis às consequências da dengue

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Diante do aumento da incidência de dengue em todo o País, o resultado é mais do que preocupante: muitos casos graves da doença resultam, inclusive, em mortes. Para pessoas com problemas no coração, o risco à saúde é maior ainda. Isso porque o tratamento da dengue exige a suspensão do AAS (Ácido Acetil Salicílico), medicamento essencial para a maioria dos cardíacos, mas que traz sérios riscos de hemorragia em casos da doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti.

De acordo com o cardiologista e clínico geral do HCor, Abrão Cury, o AAS previne a formação de coágulos que podem levar ao infarto e angina e um acompanhamento rígido nesses casos é necessário para evitar problemas mais graves. “Há um grupo de pacientes em situações mais críticas: aqueles que fizeram angioplastia e usam AAS e outras medicações associadas para evitar a trombose do stent,que foi implantado na coronária, depois de promover o desentupimento da mesma”, esclarece Dr. Cury”.

Quando um paciente recebe um stent para manter a coronária “aberta” para o sangue fluir, o sistema imunológico entende que o implante é um corpo estranho e tenta atacá-lo. Esse ataque aumenta o risco, estatisticamente, de formação de coágulos, que provocariam um infarto. Segundo Cury, o risco é alto no primeiro ano de implante. Depois desse período, o sistema imunológico acostuma com o corpo estranho e entende que agora ele faz parte do organismo e as chances de um ataque diminuem consideravelmente.

“Pessoas que têm esse dispositivo instalado precisam tomar remédios para prevenir o entupimento da coronária, então o AAS, que tem uso contraindicado em casos de dengue, é a recomendação para 100% das pessoas”, alerta o especialista do HCor.

Paciente cardíaco x dengue:

Como tratar um paciente que não pode ficar sem o AAS, mas deixá-lo em risco de sofrer uma hemorragia por causa do uso do remédio enquanto está com dengue? Segundo Dr. Cury é um caso muito complexo e precisa ser tratado individualmente para cada paciente.

Até pouco tempo atrás não tínhamos uma epidemia de dengue e agora temos que nos preocupar com o efeito colateral do AAS sobre a quantidade de plaquetas, pois um dos problemas causados pela dengue é a queda de plaquetas. O AAS diminui ainda mais essas plaquetas, aumentando o risco de sangramento no corpo. Quando esse sangramento acontece no cérebro, é o chamado AVC hemorrágico.

Por outro lado, o AAS é um excelente protetor da coronária e do coração em geral. Porém faz a plaqueta diminuir a funcionalidade, para não formar coágulo e trombo no coração. “Pesando o risco-benefício, nossa orientação é que os pacientes com problemas cardíacos e que correm riscos ao suspender o AAS sejam internados para um acompanhamento mais rígido. Depois disso pode voltar a tomar a medicação”, alerta o cardiologista, que ainda orienta para a internação necessária é o ideal com o objetivo de acompanhar todos os sinais do doente. “Se ele apresentar sintomas de que está infartando, já estará dentro do hospital e o atendimento será muito mais ágil”, pontua Dr. Cury.

Lançar mão de repelentes para ter certeza de que está protegido é uma atitude que pode salvar a vida de quem tem problemas do coração com necessidade de tomar o AAS. Além disso, medidas para evitar a proliferação da dengue em água parada devem ser tomadas por todos.

A melhor forma de prevenir a doença é procurar focos de água limpa e parada em casa e eliminá-los. Objetos que acumulem água devem ser guardados de cabeça para baixo ou outra forma que impeça que o depósito de água. É importante lembrar que as caixas de água devem ser mantidas fechadas.

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