Pacientes com artrite e lúpus sofrem mais com arritmias cardíacas

coração

Foto: Corbis

Portadores de lúpus e de artrite reumatóide têm risco 60% maior de desenvolver um tipo de arritmia cardíaca chamada fibrilação atrial, uma das principais causas de acidente vascular cerebral (AVC). Os dados são de uma pesquisa da Universidade do Arkansas (EUA), apresentada no Heart Rhythm 2011, o maior evento sobre arritmias cardíacas do mundo.

Os pesquisadores suspeitam que o lúpus eritematoso sistêmico e a artrite reumatóide poderiam estar ligadas ao surgimento de fibrilação atrial por serem duas doenças autoimunes que causam inflamação. Foram acompanhados 416,78 mil pacientes com mais de 65 anos que tiveram alta de 1,2 mil hospitais americanos, após tratamento para fibrilação atrial. Os resultados da pesquisa mostraram que a frequência desse tipo de arritmia cardíaca foi 1,6 vezes maior nos pacientes diagnosticados com uma dessas doenças autoimunes, o que representa risco 60% mais alto.

Artrite e risco cardíaco

Um outro estudo, apresentado, no ano passado, durante a Reunião Científica Anual do Colégio Americano de Reumatologia, pode ajudar a explicar o porquê as pessoas com artrite reumatóide tendem a ter mais ataques cardíacos e derrames do que a população em geral.

“Os pesquisadores da Divisão de Reumatologia da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, descobriram que a inflamação, a assinatura da artrite reumatóide, pode estar contribuindo para o acúmulo de placas nas artérias. Eles também descobriram que certos medicamentos contra artrite podem ser um fator de risco para doenças cardíacas em pacientes com artrite reumatóide”, afirma o reumatologista Sergio Bontempi Lanzotti, diretor do Instituto de Reumatologia e Doenças Osteoarticulares (Iredo).

Para realizar o estudo, os pesquisadores recrutaram 158 pacientes com artrite reumatóide e os acompanharam, por três anos, realizando duas ultra-sonografias para avaliar a espessura das paredes de suas artérias. Ao realizar os exames, os pesquisadores descobriram que 82% dos pacientes apresentaram um engrossamento das paredes da artéria carótida e 70% um espessamento das paredes internas da artéria carótida.

Outra descoberta importante revelou que o risco cardíaco foi minimizado com o uso de algumas drogas para artrite reumatóide e maximizado com o uso de outras. Aqueles pacientes que usavam medicamentos anti-TNF, incluindo o infliximab e a adalimumab, no início do estudo, apresentaram espessamento 37% menor das artérias do que aqueles que não utilizavam estas drogas. A prednisona, porém, causou mais espessamento das artérias, mas esse efeito foi moderado quando os pacientes receberam estatinas para baixar o colesterol.

“A boa notícia, em termos de tratamento para o paciente, é que o uso, a longo prazo, de bloqueadores de TNF estão sendo analisados. Eles são bons ou ruins, além do fato de que eles melhoram os sintomas da artrite? É reconfortante para aqueles que usam estas drogas saber que podem reduzir o risco de ataque cardíaco ou derrame. Já para os pacientes que utilizam prednisona, a recomendação é sempre estar atento à pressão arterial e às taxas de glicose e colesterol”, informa o reumatologista.

Os autores do estudo também relatam que os casos de aterosclerose foram mais frequentes nos pacientes com o maior número de articulações inchadas. “O que significa dizer que a redução da inflamação em pacientes com artrite reumatóide pode potencialmente reduzir o número de problemas cardíacos destes pacientes”, explica Sérgio Lanzotti.

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