Trabalhe e divirta-se, mas fique alerta contra a perda de audição

Em diversas profissões, conviver com o barulho é inevitável. Operadores de britadeira, trabalhadores de gráfica, músicos, DJs, operadores de áudio em emissoras de rádio, operários de muitas fábricas, funcionários que atuam nas pistas de aeroportos, entre muitos outros, estão expostos a ruídos intensos. Prevenir a perda auditiva e outros problemas de saúde, porém, é possível com o uso do protetor de ouvido que, em muitos casos, acaba sendo um acessório inseparável.

A exposição continuada a sons entre 100 e 120 decibéis pode levar à perda auditiva. Tanto que, para algumas atividades profissionais, a legislação determina tampões de proteção. Acima de 120 decibéis (som de uma explosão, por exemplo) o barulho pode ocasionar trauma acústico.

Mas os casos de descumprimento da lei ainda persistem. Na semana passada, por exemplo, uma indústria foi condenada a pagar R$ 30 mil de indenização a um funcionário que perdeu parte da audição por causa de ruídos no ambiente de trabalho. O funcionário alegou que a empresa não exigia nem fiscalizava o uso de equipamentos de proteção e a perícia comprovou a redução da capacidade auditiva.

Profissionais que atuam com qualquer tipo de exposição a ruídos estão sujeitos a desenvolver problemas na audição. “Nós não imaginamos, mas em um ambiente normal de trabalho, como um escritório, o som pode chegar a até 70, 80 dB”, diz Isabela Gomes, fonoaudióloga da Telex Soluções Auditivas.

Especialistas lembram que esse problema é típico do período pós-Revolução industrial. Antes da industrialização, somente depois dos 50 anos as pessoas costumavam apresentar algum grau de surdez. Hoje, o problema aparece a partir de 35 anos nas grandes cidades e, na maioria dos casos, é irreversível.

Por causa do barulho intenso do trânsito, pessoas que trabalham na rua têm frequentemente perda auditiva induzida por ruído. São policiais, ambulantes, motociclistas e guardas de trânsito, entre outros. Dentro de um ambiente de trabalho, a preocupação também deve ser grande. Trabalhadores de indústrias, por exemplo, têm que ser submetidos a exames de audiometria de seis em seis meses e, quando constatada alguma lesão, devem se afastar daquela função. Já os músicos que trabalham com shows apresentam danos na audição com certa frequência, já que o sistema de som costuma ter mais de 130 decibéis.

Se o trabalhador suspeita que já está com problemas para ouvir, o melhor é procurar um médico otorrinolaringologista. É ele quem vai examinar, diagnosticar o grau e o tipo de perda auditiva e qual a melhor solução para cada pessoa. Muitas vezes o uso do aparelho auditivo resolve o problema.

A fonoaudióloga recomenda o uso frequente de protetores auriculares. “Eles reduzem o volume excessivo, mas quem usa não deixa de ouvir o som ambiente”. Os protetores e atenuadores de ruídos comercializados pela Telex são feitos em acrílico e moldados de acordo com a anatomia do ouvido de cada pessoa. Existem dois tipos: o que diminui o barulho ambiente em 15 decibéis e outro que reduz esse ruído em 25 decibéis.

No mercado de trabalho, muitas portas têm se fechado a candidatos considerados inaptos a uma vaga em função de alterações na audição. Em nosso país, a legislação exige que o trabalhador seja submetido a exames admissionais e, entre esses exames, os resultados da audiometria tonal liminar acabam sendo usados, ao contrário de seu objetivo, para selecionar o trabalhador no momento da admissão. O resultado é a existência de um contingente de trabalhadores com perdas auditivas, dos mais diversos graus, que encontram dificuldades de reingressar em um novo emprego.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (PMS), os ruídos são a terceira principal causa de poluição mundial. A entidade registrou um aumento de 15% de surdez entre a população do planeta.

“A perda auditiva causada por ruído é muito mais comum do que se pensa e, nos dias de hoje, é algo que tende a aumentar, devido à vida moderna e a novos hábitos, como o uso do MP3, por exemplo. O que a fonoaudiologia e a otorrinolaringologia procuram fazer é informar a população sobre os riscos da exposição a sons de alta intensidade por um período prolongado que, junto com a predisposição natural do indivíduo, podem levar a uma perda auditiva irreversível. É preciso aprender a se desligar de tudo por alguns minutos, ao longo do dia, e procurar locais de silêncio completo, além de dormir sem interferência de ruídos”, conclui a fonoaudióloga Isabela Gomes.

 

Redação Vida Equilíbrio

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