​​​​Depressão: o mal estar da civilização

17Caracterizada por um prejuízo anormal da tristeza, a depressão, ou transtorno depressivo, é causada por fatores genéticos e neuroquímicos (neurotransmissores cerebrais), somados a fatores ambientais, sociais e psicológicos.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão deve se tornar, em 20 anos, a doença mais comum no mundo, afetando mais pessoas do que qualquer outro problema de saúde.

Apesar da alta incidência, a doença é cercada de preconceitos, assim como os demais transtornos mentais; e é muitas vezes confundida como sendo apenas uma tristeza.  “A tristeza é causada por acontecimentos desagradáveis da vida, como a perda de um parente, ou o fim de um relacionamento, mas é um sentimento que passa com o tempo, sem a necessidade de recorrer a tratamentos. Já a depressão é uma doença que acomete todo o corpo, e não devemos confundir os dois”, explica Ronaldo Ferreira Ramos e Tatiana Patti, psicólogos clínicos com mais de 30 anos de atuação.

A depressão é um quadro que traz uma sensação de vazio no peito, de que a vida está sem significado. “O indivíduo sente que a perda foi grande demais e que não conseguirá dar conta da dor que o acomete, como se parte dele tivesse se perdido junto, e essa sensação vai muito além de um estado de tristeza”, relata a psicóloga Tatiana Patti. “Clinicamente, a depressão também pode acarretar outros quadros ao indivíduo, como: distúrbio de sono, alteração de peso, sensação de culpa, isolamento, dificuldade de concentração, e, em muitos casos, leva o indivíduo a ter ideias suicidas, uma vez que não vê horizontes e precisa dar um jeito para livrar-se do sofrimento”, acrescenta Ramos.

Causas

A depressão é uma doença com pré-disposição genética que altera a bioquímica cerebral, ou seja, diminui a produção de dopamina e de outros neurotransmissores responsáveis pelo estado de bem estar. Entretanto, alguns acontecimentos na vida, como traumas na infância, estresse psicológico ou o consumo de drogas, podem provocar alterações na bioquímica do cérebro e levar o indivíduo à depressão.

A doença pode levar a outros transtornos, como o transtorno de ansiedade, bipolaridade, obsessivo compulsivo, entre outros. A doença também pode levar à dependência química e alcóolica, sempre na tentativa de alívio da dor.

Considerada o 4º maior motivo de afastamento de trabalho, a depressão precisa ser encarada sem preconceitos. É preciso entender que os indivíduos que enfrentam a doença não conseguem vencê-la sozinha. “É preciso ficar atento aos sintomas e ajudar quem passa a procurar ajuda o quanto antes”, recomenda a psicóloga Tatiana, explicando que o tratamento consiste em psicoterapia e medicamentos.

Depressão, alcoolismo e drogas

“Muitos dependentes do álcool são depressivos”, revela o psicólogo Ronaldo Ferreira Ramos, explicando que isso tem relação com a liberação de neurotransmissores que a bebida faz no cérebro. “Quando a pessoa bebe, se sente melhor, pois anestesia a dor”, completa.

O mesmo está relacionado aos dependentes químicos. As substâncias adquiridas liberam um alto grau de dopamina, o que faz com que a pessoa se sinta eufórica, distante de si e de sua realidade. Quando o tempo de eficácia da droga cessa, o dependente se sente deprime, e precisa novamente fazer uso da substância para se sentir bem novamente.

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