7 dicas para cuidar bem de seu idoso

terceira idade

Foto: Corbis

O Brasil que envelhece está despreparado para atender à população idosa que está vivendo mais anos. As famílias brasileiras enfrentam muitas dificuldades econômicas e instrumentais para cuidar com dignidade e respeito de seus idosos. Os programas de saúde pública são insuficientes para prestar assistência a essa demanda populacional que requer serviços especializados. Em estudo realizado pelo IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada apenas 6,6% dos asilos do país são públicos. As instituições particulares que oferecem um atendimento multiprofissional são onerosas e incompatíveis com o poder aquisitivo da maioria das famílias. Assim, diante dessa realidade, as famílias se sentem despreparadas.

Frente a essa realidade devemos orientar aos cuidadores familiares quais as melhores formas de administrarem esses cuidados privilegiando a vida pessoal e profissional do responsável e promovendo uma forma de atendimento ao idoso que respeite a sua subjetividade e que promova uma velhice saudável e prazerosa.

Não existem fórmulas para esse cuidado, mas sim o bom senso e a flexibilidade de utilizar os recursos adequados nos momentos certos.

Os estudiosos do envelhecimento sugerem atitudes preventivas e escolhas antecipadas enquanto a pessoa idosa ainda está independente para tomar decisões. Entretanto com o aumento da longevidade e das fragilidades físicas e mentais e sem uma política pública estruturada de cuidados formais, os familiares sem recursos têm que realizar malabarismos para dar conta de seu trabalho, de sua vida pessoal e de cuidar de seu idoso cada vez mais dependente.

A primeira conduta é fazermos uma avaliação completa com um geriatra ou psicogerontologo, buscando conhecer a realidade do idoso nos aspectos físico (funcional); cognitivo (mental) e emocional. Com essa visão atualizada de seu familiar sugere-se uma conversa com o idoso (lúcido), se for possível, para iniciar as intervenções (mudanças) acessíveis a esse novo momento de vida.

Em casos de idosos com fragilidades físicas, mas que estão com perfeita lucidez, devemos não apenas nos fixar nos cuidados de vida diária (refeições, higiene e remédios), mas também estimular, se possível, os contatos sociais, novos interesses e desafios para evitar-se o isolamento social, a tristeza e falta de utilidade de vida. A partir desse cuidado estimula-se a capacidade cognitiva e previne-se dos sintomas depressivos.

Para alcançar esse objetivo necessitamos de organizar uma rede de apoio familiar onde se divide atribuições entre os elementos da família. Para isso o cuidador principal que geralmente é a filha ou nora na maioria dos casos, deve compartilhar essas atribuições ao seu grupo familiar. Essa conduta é muito importante ao responsável, pois se previne de uma sobrecarga de atribuições e de um provável esgotamento e estresse. Outra grande vantagem é que essa atitude promove os relacionamentos intergeracionais e favorece uma velhice prazerosa e com novos sentidos de vida.

Quando é possível contratar um serviço profissional devemos realizar uma entrevista observando-se não só a qualificação técnica, mas principalmente a motivação da cuidadora para exercer esse trabalho. Outro aspecto muito relevante é observar durante a fase de experiência se existe calor humano nessa relação.

Os idosos necessitam de carinho e afeto, pois com as mudanças advindas da idade e das perdas existenciais, as situações de aconchego e de amor são muito mais relevantes que atendimentos tecnicamente adequados, mas que carecem de humanização.

Assim os familiares que chegam cansados e esgotados com as atribulações da vida moderna, se permitam descansar e compartilhar carinho e afeto ao seu familiar. Em outro momento se ocupem com os serviços diários, pois mais vale o acolhimento humanizado a um cuidado perfeito tecnicamente, mas sem afeto.

Nos casos de idosos com déficit cognitivo, ou seja, que apresenta um quadro de demência ou casos psiquiátricos sugere-se um acompanhamento médico e de profissional especializado. Quando não existe possibilidades econômicas aconselha-se um revezamento familiar nesses cuidados.

Outra importante conduta é que os familiares sejam orientados sobre os possíveis comportamentos instáveis que possam surgir e consequentemente afetar ao cuidador familiar. Aconselha-se uma orientação emocional ao familiar no sentido de prevenir-se de possíveis somatizações e de depressão, visto que esse cuidado é muito estressante e pode se prolongar por muitos anos.

Nos quadros demenciais de nível leve (pequenos déficits) e moderado (déficits mais acentuados) é possível admnistrar os cuidados em casa. Nesses cuidados necessita-se de redes de apoio nos cuidados e solidariedade dos familiares e amigos.

Os casos demenciais graves são muito difíceis para a família cuidar sozinha. Esse doloroso momento exige uma internação para acolhermos com respeito e dignidade esse processo de finitude.

O grande desafio da modernidade é a nossa sociedade ser orientada e auxiliada nos cuidados de nossos “muito idosos”. Outro relevante apoio seria a criação de centro-dia por bairros objetivando um cuidado especializado e permitindo a permanência dos idosos em seu domicílio. Essa nova possibilidade de cuidado promoveria uma velhice ativa e participativa e também facilitaria a vida dos cuidadores familiares que merecem uma orientação e apoio psicogerontológico.

DICAS PARA CUIDAR BEM DE SEU IDOSO

  1. Realizar avaliação completa (física, cognitiva e mental) com profissional especializado
  2. Estimular contatos sociais novos e interesses e desafios
  3. Organizar rede de apoio familiar para dividir atribuições e evitar esgotamento e estresse
  4. Proporcionar acompanhamento médico e de profissional especializado
  5. Procurar orientação emocional para o cuidador
  6. Fazer entrevista com cuidador profissional observando não só qualificação técnica, mas motivação ao trabalho e afeto em relação ao idoso
  7. Identificar casos graves com ajuda de um profissional e compreender a necessidade de uma internação
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