A enxaqueca pode estar com os dias contados
O ser humano deve ser compreendido em toda a sua complexidade para assim entender e tratar suas doenças. Isso é o que afirma a Medicina Antroposófica, prática que contabiliza quase um século de existência e busca oferecer qualidade de vida ao indivíduo, levando em consideração a saúde e não a doença.
Pesquisadores que trabalham com qualidade de vida utilizam o conceito da salutogênese – foco na saúde e não na doença – para definir as áreas em que o indivíduo pode se sentir melhor. Atualmente, qualquer pessoa, doente ou não, pode visitar um médico antroposófico. Muitas mães procuram estes médicos para serem instruídas sobre como se dá o desenvolvimento infantil – o que oferecer na alimentação, brincadeiras, estímulos adequados para o andar, falar e pensar, como explicar o mundo e os sentidos para a criança, etc.
Para entender como funciona esta prática, uma situação cotidiana pode ser tomada como exemplo. Em consulta com um paciente que sofre de enxaqueca, o médico antroposófico vai considerar o quadro clínico do paciente como qualquer outro profissional, mas também vai pesquisar sua vitalidade, biografia, qualidade de vida, entre outros aspectos. “Não raramente este paciente é um indivíduo que se ocupa demais com pensamentos e possibilidades, de coisas futuras com pouca ou nenhuma razão ou probabilidade de acontecer – são pré-ocupados. Funciona como que se tivéssemos chamado para a cabeça uma atividade metabólica que deveria estar contida no aparelho digestivo, por exemplo”, explica a médica Elaine Marasca, presidente da LUAAMA (Liga dos Usuários e Amigos da Arte Médica Ampliada).
Segunda ela, “o lugar do metabolismo neste caso é no estômago e não na cabeça. Na cabeça não pode haver um fluxo de sangue em excesso e, quando isso acontece, ela acena fortemente, com dor, avisando que o metabolismo está ‘desviado’. Com o tratamento antroposófico, o metabolismo é recolocado em seu devido lugar e a restituição dos processos envolvidos vai evitar que os sintomas se repitam”, afirma Dra. Elaine.
Na medicina antroposófica, a origem de algum desequilíbrio pode ser identificada e transformada por meio de uma terapêutica que envolve o uso de medicamentos produzidos com substâncias da natureza – minerais, plantas e até de alguns animais e de fitoterápicos. Em alguns casos, o uso concomitante de medicamentos alopáticos é indicado. “O médico antroposófico também orienta sobre a alimentação, o estilo de vida e a saúde em geral. A prática médica antroposófica entende o ser humano de forma integral e integrada, em suas diversas estruturas e contextos”, comenta a médica.
Aos leigos, a medicina antroposófica, em primeira análise, pode não ser muito tangível. Entretanto, a aplicação da antroposofia na saúde humana promove qualidade de vida, atua de forma preventiva, equilibra o ritmo do organismo e considera aspectos que a medicina tradicional não leva em consideração.