A hora do parto

1Ao longo dos nove meses de gestação, a mulher tem inúmeras dúvidas. Se for mamãe de primeira viagem então, as incertezas aumentam. À medida que a barriga cresce, a conexão entre mãe e filho aumenta, assim como a ansiedade de finalmente tê-lo nos braços. E a hora do parto, que é o momento mais aguardado do processo, chega carregada de mitos, independentemente se será realizado de forma natural ou por meio de uma cesárea.

Segundo o ginecologista responsável pela área de reprodução humana da Criogênesis, Dr. Renato de Oliveira, o início do trabalho de parto é diferente para cada mulher, isto porque, algumas conseguem identificar os sinais de quando está chegando a hora, outras, no entanto, confundem o estágio inicial como sendo azia, dor lombar, gazes ou indigestão. “Esta é uma das questões que mais preocupam as futuras mamães. No entanto, elas podem ficar tranquilas, pois existem alguns sinais distintos que indicam se chegou ou não o momento de dar à luz ao tão sonhado bebê”, afirma.

O especialista responde abaixo os principais questionamentos pertinentes ao assunto.

– Quais são os sinais de trabalho de parto?

Eles variam de mulher para mulher. Podem iniciar com dores na região lombar, irradiando para o abdômen e deixando a barriga dura por, aproximadamente 30 segundos a cada dez minutos, caracterizando assim, as famosas contrações. É importante atentar que o simples surgimento de contrações não significa que chegou a hora. Há também trabalhos de parto que se anunciam com um discreto sangramento genital ou ainda com a rotura da bolsa, derramando o líquido de seu interior o qual se assemelha à água sanitária. Outro sinal, mas que somente o médico pode observar, é a dilatação do colo uterino acima de 2 centímetros com um “preparo” do mesmo denominado esvaecimento.

– O que fazer após o rompimento da bolsa?

Se a bolsa rompeu, deve-se avisar ao médico e procurar um hospital.

– Quando se recomenda fazer uma indução do parto?

A indução pode ser indicada em várias situações. Além de diversas situações nas quais há alguma complicação obstétrica, como o diabetes e a hipertensão, pode-se citar a indução quando uma gestação completa 1 semana de pós datismo, ou seja, 41 semanas. Deve-se induzir, desde que exista indicação para se aguardar até este período, pois há um aumento significante de complicações ao se passar desta idade gestacional. Independente do motivo, o médico utiliza algumas técnicas como medicamentos ou dilatações por balões ou uma alga com efeito mecânico para a abertura do colo e o desencadeamento de contrações.  Isto deve ser monitorado por um médico capacitado.

– Quais exercícios favorecem a dilatação?

A caminhada durante o próprio trabalho de parto, exercícios em bolas apropriadas e subir e descer escadas, desde que acompanhadas, podem ser interessantes recursos.

– Porque a gestante deve parar de comer ou beber ao entrar em trabalho de parto?

Além da possibilidade de náuseas e vômitos, há a possibilidade de risco anestésico, uma vez que se por algum motivo especial esta paciente necessitar de uma intubação, o estômago cheio aumenta o risco de broncoaspiração com graves consequências como a pneumonite química.

– A lua influencia no trabalho de parto?

Não há comprovação científica. Apesar da especulação de uma atuação no líquido amniótico empurrando o bebê, semelhante a explicação física da influência da lua na elevação das marés, não ocorre maior número de partos em dias de lua cheia. Talvez, o que seja mais frequente, sejam os comentários nos hospitais sobre ser dia de lua cheio, o que levaria a impressão que isto interferiria no processo.

– Quais os benefícios do parto natural?

A grande vantagem é que não se trata de uma cirurgia propriamente dita, com cortes e suturas, além de o risco de infecção e hemorragia ser menor. Pelo mesmo motivo, a recuperação também é melhor no pós-parto. Este tipo de parto também favorece a amamentação, pois há um disparo de hormônios avisando ao organismo que é hora de começar a produzir leite. Também há a relação entre mãe e filho que tende a se estabelecer desde cedo, já que a mulher participa ativamente do nascimento.

– Quando a gravidez é de gêmeos, descarta-se a ideia de parto normal?

A possibilidade de um parto normal está ligada à posição dos bebês. Porém, devido ao grande risco de complicações e o desaconselhamento de se realizar reposicionamento do bebê, procedimento denominado versão externa, há uma tendência em indicar cesárea em partos gemelares.

– Quais a possíveis complicações de uma cesárea?

Por se tratar de um procedimento cirúrgico, há riscos de lesões de órgãos como a bexiga e os ureteres, infecções e maior risco de sangramento. Isto é minimizado quando a operação é realizada por bons profissionais e uso de antibioticoprofilaxia.

– A barriga fica mais flácida após a cesárea?

Ela pode ficar flácida em ambos os partos. Isto depende muito mais de como a mulher se preparou durante a gravidez para fortalecer a musculatura abdominal. Em geral, dentro de seis meses a mulher volta a ter a barriga de antes, tanto após a cesárea quanto no parto normal.

– Quais exames devem ser feitos antes do parto?

Além dos exames normais do pré-natal, deve-se fazer a cultura de secreção vaginal a fim de se pesquisar a presença da bactériaStreptococo do grupo B, que pode colonizar os tratos intestinais e genito-urinários, podendo contaminar o bebê na hora do parto normal.

– É indispensável fazer a tricotomia, o corte dos pelos pubianos?

Os pelos pubianos garantem maior proteção e a retirada deles pode até facilitar infecções. Sendo assim, a tricotomia não deve ser adotada como procedimento de rotina imediatamente prévio ao parto.

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