Anticoncepção: qual o método mais indicado para as mulheres obesas?

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Foto: Corbis

A obesidade, atualmente considerada uma epidemia, é uma preocupação global. Os números são alarmantes: segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2008 havia aproximadamente 1,5 bilhão de adultos acima do peso no mundo. No Brasil, de acordo com dados do Ministério da Saúde, de 2010, cerca de 40% das mulheres têm sobrepeso ou são obesas. Um estudo realizado pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) com oito mil adolescentes, apontou que 25% delas estão com excesso de gordura corporal.

Mas o que obesidade tem a ver com anticoncepção? Segundo a Dra. Cristina Guazzelli, professora do Departamento de Obstetrícia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), as mulheres obesas precisam tanto de anticoncepção quanto as de peso adequado. “Apesar de haver maior probabilidade de apresentar alterações menstruais, maior risco de não ovular e mais chance de ter ovário policístico, a mulher acima do peso pode engravidar como qualquer outra, portanto precisa usar métodos anticonceptivos se não deseja ter filhos. Outro dado importante é que, diferentemente do que se pensa, vários estudos mostram que a frequência sexual delas é a mesma de mulheres magras.”

Segundo a médica, de uma maneira geral, as mulheres com excesso de peso podem usar quase todos os métodos anticonceptivos, como pílula combinada, implante, DIU e anel contraceptivo, cuja eficácia vai depender do uso correto, da taxa de continuidade e da aderência ao método escolhido. A utilização do adesivo transdérmico deve ser cuidadosa em mulheres com mais de 90 kg, pois alguns estudos mostram uma redução da sua eficácia, devendo, portanto ser contraindicado nesse caso.

“Em mulheres obesas que ainda não têm comorbidades, como diabetes, hipertensão e alterações das taxas de colesterol, não há contraindicacão para o uso de métodos hormonais. Mas devemos ser cautelosos, pois são pacientes com maior risco para trombose venosa e doenças cardiovasculares. Além disso, para as mulheres com IMC* acima de 30, o risco de trombose é duas vezes maior do que para as que apresentam o índice menor que 25. Por isso a paciente deve ser avaliada de forma mais criteriosa, em intervalos menores, e fazer periodicamente exames clínicos e laboratoriais com avaliação da pressão arterial, glicemia, e perfil lipídico, entre outros”, explica a Dra. Cristina.

Caso a paciente obesa apresente essas comorbidades, as pílulas combinadas não são indicadas por conta da presença do hormônio etinilestradiol (estrogênio) no comprimido, que, aliado a essas condições, potencializa os efeitos trombóticos. “Nesse caso, deve-se prescrever a pílula que contém somente o hormônio progestagênio (desogestrel), que ainda evita os efeitos colaterais provocados pelo estrogênio, como náuseas, dores de cabeça, mastalgia e edema, e pode ser usada durante a amamentação. Essa pílula tem a mesma eficácia (99%) e o mesmo mecanismo de ação das combinadas mais modernas”, complementa a médica.

*O índice de massa corporal (IMC) é reconhecido como padrão internacional. O IMC é calculado dividindo o peso (em kg) pelo quadrado da altura (em m). A fórmula matemática é IMC = peso/altura².

Classificação, segundo o IMC obtido:

  • abaixo de 18,5: adulto com baixo peso;
  • maior ou igual a 18,5 e menor que 25: adulto com peso adequado (eutrófico);
  • maior ou igual a 25 e menor que 30: adulto com sobrepeso;
  • maior ou igual a 30: adulto com obesidade.
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