Aumento de consumo de sal nos dias mais frios é motivo de preocupação para os nefrologistas

sal e pimenta

Foto: Corbis

Um em cada seis hipertensos terá doença renal. Dez milhões de brasileiros sofrem de insuficiência renal, mas apenas 30% sabem que têm a doença. E o sódio, presente no sal de cozinha e alimentos industrializados, é um dos principais fatores de risco. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o consumo diário de até cinco gramas de sal (equivalente a dois gramas de sódio). O consumo médio do brasileiro é de 12 gramas por dia, mais que o dobro do recomendado. “É importante verificar o teor de sódio de alimentos industrializados e consumir aqueles com menores índices”, alerta Daniel Rinaldi, presidente da Sociedade Brasileira de Nefrologia. Vale lembrar que um grama de sal contém 400 mg de sódio.

A tendência de maior consumo de sal nos dias mais frios, decorrente de refeições mais calóricas e condimentadas, pode afetar a saúde do sistema cardiovascular e, consequentemente, do rim. Embora os rins sejam órgãos fundamentais na eliminação do excesso de sódio ingerido, quando há comprometimento da função dos rins a sua capacidade para filtrar e eliminar o excesso de sal é limitada.

“No inverno, as pessoas consomem mais alimentos condimentados e calóricos e 75% do sódio que elas ingerem vêm dos alimentos processados e industrializados”, afirma Rinaldi. O consumo excessivo de sal provoca a hipertensão, que é reconhecida hoje como uma das principais desencadeadoras de doença renal crônica. O excesso de sal também aumenta os riscos da formação dos cálculos renais ou pedra nos rins.

O governo federal assinou um termo de compromisso com as associações que representam os produtores de alimentos processados que estabelece um plano de redução gradual na quantidade de sódio presente nos alimentos industrializados. “A meta é uma queda anual de 6,9% no consumo médio de sal”, revela Rinaldi. O acordo, que teve a participação de representantes das sociedades de nefrologia, cardiologia e hipertensão, é um passo fundamental para que seja atingida a recomendação de consumo máximo da OMS. A projeção é que o consumo médio de sal seja em torno de oito gramas em 2015, de seis gramas em 2019, e de cinco gramas a partir de 2021.

A insuficiência renal é uma doença silenciosa. “Geralmente, quando o paciente percebe os sintomas, a doença já está instalada em seus estágios avançados, quando já deve ser encaminhado para diálise ou mesmo transplante”, afirma Rinaldi. Ele recomenda que as pessoas façam o exame de creatinina, que pode detectar a doença renal em seus estágios iniciais e determinar o início do tratamento.

Recomendações da SBN para consumir menos sal:

  • Leia o rótulo dos alimentos para verificar a quantidade de sódio. Os fabricantes são obrigados a informar, no rótulo do produto industrializado, o teor de sódio no alimento. Alguns alimentos processados concentram tanto sódio que uma única porção tem quantidade superior à recomendada para ingestão diária.
  • Tire o saleiro da mesa. É recomendável salgar os alimentos na panela, durante o preparo, para ter controle da quantidade usada.
  • Substitua o sal por condimentos e ervas. Há uma série de alimentos naturais que acentuam os sabores dos alimentos e podem substituir o sal, como salsinha, alecrim, orégano, pimenta-do-reino, louro, hortelã, páprica e outros.
Vida Equilíbrio

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