Avanços e novidades em dermatoscopia

dermatoscopia_vida_equilibrioAgressões externas, alterações orgânicas ou predisposição genética podem provocar o aparecimento de lesões cutâneas, de intensidade grave ou não. Independentemente da amplitude do grau de seriedade, estas lesões podem provocar desconforto clínico, estético e ansiedade no paciente. Para detectar se tais contusões cutâneas podem progredir para algo mais prejudicial à saúde é possível realizar uma Dermatoscopia.

“Dermatoscopia é um método que permite avaliar tanto lesões pigmentadas da pele, as chamadas pintas, como lesões não pigmentadas. Com isso, podemos predizer com acurácia aceitável se uma pinta tem chance de ser um tumor maligno, denominado de melanoma e, assim, atuar na prevenção do câncer de pele. A partir desse exame, podemos ainda indicar para um paciente com muitas pintas quais devem ser removidas, além de evitar a retirada desnecessária de uma lesão em uma criança, por termos a certeza de benignidade, por exemplo”, descreve Dr. Maurício Mendonça (CRM-SP 78687), dermatologista membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD)

Tecnicamente, a Dermatoscopia é um método de análise das lesões da pele com o uso de aparelhos relativamente simples e acessíveis aos médicos em geral, que consiste em um sistema de aumento da imagem vista em 20 vezes e com iluminação artificial para melhor visualização, sendo utilizada na dermatologia há mais de 30 anos. Hoje, este método é usado em diferentes doenças, como no estudo dos cabelos (tricoscopia) e diagnóstico de doenças inflamatórias.

Outro ponto de destaque desta técnica é o avanço obtido com a Microscopia Confocal, que é um método de obtenção de imagens da pele com definição comparável à de um microscópio, pois permite visualizar as células. “O aparelho da Microscopia Confocal consiste num cabeçote do tamanho de um livro, que deve ser acoplado a uma lâmina de vidro presa na pele. O exame é indolor e demora 20 minutos, aproximadamente. Os dois métodos não são concorrentes, mas complementares. As imagens duvidosas geradas com a Dermatoscopia podem ser estudadas detalhadamente com a Microscopia Confocal”, conta Dr. Mauricio Mendonça.

Quando questionado sobre a relação de eficácia da técnica com Confocal para a Dermatoscopia tradicional, o dermatologista explica que a Dermatoscopia aumentou a acurácia diagnóstica em pelo menos 15% quando comparada com o exame clínico a olho desarmado de um médico experiente. O médico comenta ainda que os métodos disponíveis para a diagnose dermatoscópica do melanoma (análise de padrões, método de Menzies, regra dos 7 pontos de Argenziano e ABCD) têm sensibilidade de até 98% de precisão. “Assim, estamos a cada ano retirando menos e menos lesões desnecessárias e retirando mais e mais melanomas finos ou em estágios iniciais”.
Ação e eficácia do equipamento

Para obter uma imagem definida da lesão que está sendo avaliada, o cabeçote do microscópio, em contato com a pele do paciente, emite um facho de laser invisível, indolor e não lesivo que, focado em um plano do tecido, retorna e é captado por um detector que interpreta as imagens e as reproduz em versão digital a partir da leitura de cada ponto, como um aparelho de ultrassom, mas com resolução celular. Os cortes ‘histológicos’ são obtidos nas duas dimensões da superfície e em profundidade de até 200 μm.

“Esta tecnologia tem revolucionado o modo de analisar a pele, abrindo um campo enorme de pesquisa e desenvolvimento de aplicações, quer no diagnóstico de doenças de pele, como psoríase, poroqueratose, Doença de Darier, quer no diagnóstico de carcinoma basocelular e melanoma. As publicações em Microscopia Confocal, que no início tinham dado destaque ao diagnóstico do melanoma, agora já descrevem outras patologias, e o campo de diagnósticos possíveis é virtualmente infinito. Já estão bem estabelecidos os parâmetros para melanomas, carcinomas basocelulares e alguns tumores benignos de pele”, explica Dr. Mauricio Mendonça, da SBCD.

Mesmo com toda inovação, tanto a Dermatoscopia como a Microscopia Confocal não substituem a biópsia, quando esta se faz primordial. “Sabemos o quanto é difícil administrar o risco de pacientes com muitas pintas ou antecedentes de câncer de pele. A decisão de retirar uma lesão suspeita – mesmo que benigna – sempre gera algum desconforto, pois fica a inevitável pergunta se não estamos retirando desnecessariamente lesões”, revela o dermatologista.

Idade x tipo de lesão

Pela facilidade do método, tanto a Dermatoscopia como a Microscopia Confocal são exames que podem ser realizados em pacientes de qualquer idade e em todos os tipos de lesões; mas dependendo do local onde se desenvolveu, as informações obtidas poderão ser ou não suficientes para que o médico indique o tratamento mais indicado para aquele problema.

Os dois métodos diferem em relação ao tempo de obtenção dos resultados. Segundo Dr. Mauricio Mendonça, na Dermatoscopia a avaliação de cada lesão pode ser: benigna, de risco ou lesão maligna, e isso é feito em poucos segundos, enquanto que a mesma aplicação com a Microscopia Confocal demanda aproximadamente 20 minutos para captar uma imagem. E o resultado em geral sugere ou fecha um diagnostico do ponto de vista celular.

Como a Microscopia Confocal foi desenvolvida com o objetivo de permitir a visualização microscópica e construir imagens bidimensionais que permitem uma grande definição das estruturas celulares, ela é considerada um avanço tecnológico que tem contribuído fortemente para a cirurgia dermatológica, pois aumentou a capacidade de diagnóstico menos invasivo, em especial das lesões cutâneas onde as decisões da conduta com a Dermatoscopia tradicional não sejam tão claras, uma vez que a técnica confocal define a necessidade ou não de retirar a lesão.

Novidades em congresso

Dentro do I Congresso Latino Americano de Dermatoscopia (CLAD), que acontece no período de 17 a 19 de outubro de 2013, no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo, serão discutidos os avanços no estudo dos métodos de Dermatoscopia e Microscopia Confocal, além de novos parâmetros de manejo nos pacientes com muitos nevos (pintas) e histórico de melanoma na família.

“Neste congresso teremos a rara oportunidade de contar com a participação do Dr. Scott Menzies (Austrália) e do Dr Giuseppe Argenziano (Itália), que descreveram dois dos principais métodos de detecção precoce do melanoma em uso no mundo com a Dermatoscopia. Eles darão aulas sobre estes métodos, divulgando aos especialistas da América Latina este conceito de conduta em dermatologia clínica, ampliando com isso o grupo de dermatologistas que praticam este importante procedimento de detecção precoce do câncer de pele”, revela Mendonça. Estes métodos são chamados mundialmente de Regra de Menzies e Regra dos Sete Pontos de Argenziano.

Segundo o dermatologista brasileiro, também serão apresentados os novos conceitos de diagnósticos em Dermatoscopia, como a tricoscopia (análise dermatoscópica dos pelos e cabelos), que contará com a palestra da Dra. Lidia Rudnicka (Polônia), a primeira estudiosa das afecções dos cabelos com o dermatóscopio no mundo.

Redação Vida Equilíbrio

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