Câncer de boca

Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) indicam que só em 2010 mais de 14.120 pessoas terão câncer de boca, sendo 10.330 homens e 3.790 mulheres. Ainda de acordo com o órgão, a doença poderá matar no mesmo período cerca 6 mil brasileiros. Quem traz mais informações sobre o mal, que ainda é pouco conhecido, é a Dra. Fátima Caldeira, diretora-clínica do SPA Dental, em São Paulo.

A enfermidade afeta lábios e o interior da cavidade bucal. A Dra. Fátima chama a atenção para os cuidados que devem ser tomados para evitar o problema. “É essencial que as pessoas adotem cuidados simples como, por exemplo, proteger os lábios da exposição solar com protetores labiais. usar chapéus de aba longa quando estão na praia e sempre visitar seu dentista”, diz a especialista. “O tabagismo, incluindo o uso de cachimbos, e o alcoolismo devem ser abolidos e a ingestão de uma alimentação rica em frutas, verduras e legumes deve se tornar um hábito frequente”, recomenda a profissional.

Sobre o cigarro a dentista ainda ressalta que o ato de fumar libera inúmeras substâncias químicas, que são altamente nocivas e muitas delas são cancerígenas.

Em relação ao autoexame a profissional acha útil, porém ela diz que é necessário que a pessoa saiba diferenciar as alterações. “O autoexame do câncer de boca não é como o autoexame que as mulheres fazem para detectar se há um caroço na região. Muitas vezes as pessoas negligenciam a ferida e esperam que ela cure naturalmente. Homens e mulheres que perceberem alguma ferida que não cicatriza, de cor esbranquiçada ou avermelhada, inchaços, mau hálito, sangramento sem causa conhecida, dor na garganta que não passa, dificuldades de fala e de mastigação precisam procurar um médico imediatamente”.

Pessoas que já foram acometidas de algum tipo de câncer de cabeça ou pescoço e estão curadas podem sofrer de câncer de boca. Segundo Fátima, a reincidência é de 5% todos os anos.

A profissional lembra que o câncer de boca, assim como outros cânceres, têm cura e o quanto mais cedo forem diagnosticados, maiores serão as chances do paciente. “Cerca de 80% dos casos descobertos no estágio inicial da doença são curáveis” – afirma.

O tratamento é feito através de cirurgia, quimioterapia ou radioterapia. Mas, dependendo da situação, os três métodos podem ser utilizados ao mesmo tempo. “A melhor arma ainda é a prevenção. Uma boa higiene bucal, bons hábitos alimentares, evitar fumo e álcool ajudam muito a evitar o problema. E não esquecer nunca de ir ao dentista quando surgirem anomalias de qualquer tipo na boca” – ressalta a profissional. Por isso, fique atento aos sinais levantados pela doutora e consulte um profissional se a dúvida bater.