Chás x Gravidez

chasConsiderados naturais, as ervas e fitoterápicos costumam ser utilizados sem medo pelas futuras mamães no preparo de infusões. Mas é preciso estar alerta: mesmo os produtos naturais podem colocar em risco a vida dos bebês. Isso porque o uso pouco cuidadoso de plantas medicinais pode causar intoxicações e até mesmo um aborto.

Por terem propriedades calmantes e digestivas, chás de camomila, erva-cidreira, capim-limão e erva-doce (este último aumenta o leite materno) promovem uma sensação de relaxamento benéfica para mãe e filho. Mas há casos como boldo, também conhecido como boldo chileno, livremente comercializado como chá para distúrbios gástricos, que possui efeitos tóxicos devido à presença do ascaridol, podendo causar abortos.

“Para não correr riscos, o melhor a fazer é usar chás apenas com orientação médica ou nutricional, por mais que seja um produto de origem vegetal”, destaca a nutricionista Fernanda Mariz, especializada em gestantes. O ideal é evitar o consumo, pelas grávidas, dos chás de arruda, cipó-mil-homens, erva-de-bicho, buchinha do norte, confrei, espirradeira, melão-de-são-caetano, erva-de-santa-maria, pinhão-de-purga ou pinhão-paraguaio, poejo e losna, pois são comprovadamente abortivos. Outro chá contraindicado é o de canela, pois pode provocar constrição sanguínea e contração dos músculos do útero. O de hortelã diminui a produção de leite, razão pela qual deve ser evitado durante a gravidez e principalmente durante a amamentação. Já os chás com ervas que contêm muita cafeína como o banchá, chás preto, verde, branco e da erva-mate devem ser evitados, uma vez que esta substância acelera o metabolismo.

Além dos perigos que um simples chá pode oferecer, muitas plantas ofertadas no comércio são mal identificadas e encontram em mal estado de conservação. Não só o controle de sua qualidade, como a correta identificação das plantas são de extrema importância, uma vez que existem espécies bastante diferentes, que recebem nomes populares iguais.

Segundo alguns estudos, cerca de 50% dos produtos fitoterápicos disponíveis no comercio brasileiro, e aqui se incluem os chás, apresentam alguma irregularidade devido à presença de matéria orgânica estranha, sujidades e fragmentos de insetos, além de outros problemas. A maioria das plantas nativas não foram totalmente avaliadas cientificamente quanto à segurança de sua utilização. “Cada vez mais, os fitoterápicos são considerados uma importante alternativa à indústria farmacêutica tradicional, mas é preciso ter cautela. Mesmo as ervas que são liberadas, devem ser usadas com parcimônia durante a gestação e amamentação”, afirma Fernanda.

Para auxiliar as mamães neste assunto, a Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro criou uma portaria dedicada a este assunto que divulgou uma lista das plantas contraindicadas durante a gestação e amamentação (vide final do texto).

Em 1988, o grande estudioso indiano Ved Prakash Kamboj avaliou o potencial abortivo de 120 plantas pertencentes a 103 gêneros e 54 famílias, utilizando roedores como organismos experimentais. Todas as plantas testadas, com exceção de duas, incluindo muitas mencionadas com “atividades curativas”, interromperam a gravidez em mais de 50% dos animais investigados.

As mamães devem ficar atentas a estas restrições, mas podem aproveitar as ervas liberadas para tomar os seus chazinhos, que muitas vezes são milagroso para transtornos digestivos e nervosos.

Plantas contraindicadas na gestação e amamentação:

Nome Botânico / Nome Comum
Aloe vera – Babosa
Anemopaegma sp – Catuaba
Angelica archangelica – Angélica Europeia
Arnica montana – Arnica
Artemisia adsinthium – Losna
Cassia sennae – Sene
Cassia tora – Mata pasto
Chenopodium ambrosioides – Erva de Santa Maria
Coix lacrima-jobi – Lágrimas de Nossa Senhora
Commiphora myrrha – Mirra
Copaifera sp – Copaíba
Cynara escolimus – Alcachofra
Dianthus superbus – Cravo dos jardins
Equisetum arvense – Cavalinha
Foeniculum vulgare – Funcho
Leonurus sibiricus – Erva macaé
Maytenus ilicifolia – Espinheira santa
Menta piperita – Hortelã
Mikania glomerata – Guaco
Myristica fragans – Noz moscada
Phyllantus niruri – Quebra-pedra
Plantago major -Transagem
Polygonum acre -Erva-de-bicho
Punica granatum – Romã
Rhamnus purshiana – Cáscara sagrada
Salvia officinallis – Sálvia
Smilax sp – Salsaparrilha
Solanm paniculatum – Jurubeba
Tabercula sp – Ipê

Fonte: Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro.

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