Crianças podem tomar medicamentos genéricos?

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Apesar de estarem no mercado desde o ano 2000, portanto, há 15 anos, os medicamentos genéricos ainda geram dúvidas na população em geral. Especificamente, nos consultórios dos pediatras, as mães tem uma questão constante: posso dar medicamento genérico ao meu filho? Para tirar a dúvida, primeiramente, é bom lembrar o que é um medicamento genérico e como funciona a indústria farmacêutica.

Anualmente, são apresentados à indústria farmacêutica um número enorme de compostos ativos para diversos tipos de doenças. A companhia farmacêutica seleciona alguns deles e passa a submetê‐los a testes, que demandam vários anos até que as agências reguladoras aprovem sua industrialização. A partir de então, a companhia adquire a patente e passa a ter exclusividade em produzir o medicamento para comercialização.

Com isso, o novo remédio recebe uma marca ou nome fantasia, embalagens próprias, sabor, através dos quais se desenvolvem as técnicas publicitárias dirigidas ao mercado consumidor. Mas, em alguns anos, sua patente expira e outras indústrias passam a produzir esse remédio com outras marcas ou com o nome do princípio ativo, sem marca nenhuma, e, portanto, sem o mesmo apelo publicitário.

O Prof. Dr. Paulo Taufi Maluf Júnior, pediatra do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas e do Hospital Sírio-Libanês, explica que a esse último tipo de remédio atribui‐se a denominação de genérico e sua constituição deve ter bioequivalência em relação ao medicamento original, ou seja, deve ter dosagem, modo de ação, toxicidade e eficácia exatamente idênticos ao remédio de referência. Em contrapartida, os medicamentos que são fabricados por outras indústrias após perda de patente, aos quais novos nomes fantasia são adicionados, são convencionalmente chamados de similares aos produtos de referência, com a ressalva de que, para esses, não são exigidos testes de bioequivalência.

“Assim como em outros países, os genéricos são dependentes de legislação definida, que lhes garante a mesma eficácia e o mesmo perfil de efeitos colaterais. Portanto, seu consumo com segurança é garantido por crianças e adultos pela confiabilidade e acima de tudo pelo custo mais baixo”, afirma o pediatra. O médico explica que o preço do genérico é mais barato porque já não há mais a necessidade dos testes iniciais.

O Dr. esclarece ainda que a receita do genérico não precisa ser específica. De posse de uma prescrição médica que contenha o remédio de marca, o consumidor pode adquirir o genérico se lhe for financeiramente compensador, a menos que o médico saliente em sua receita que sua prescrição não deva ser alterada.

“Os pais podem substituir o remédio de marca que dão ao filho pelo genérico porque os dois são idênticos em suas características farmacológicas. No entanto, os genéricos podem não conter exatamente os mesmos compostos acessórios constituintes do remédio de referência. Ou seja, o sabor, a consistência e as demais sensações podem diferir das do produto original. Apenas esses fatores podem fazer com que os consumidores já habituados prefiram não trocá-lo pelo genérico”, conclui o pediatra.

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