Diabetes tipo 2 pode aumentar o risco de Esôfago de Barrett

Pacientes com diabetes tipo 2 podem enfrentar um risco maior para o Esôfago de Barrett (EB ou Síndrome de Barrett), independentemente de outros fatores de risco, incluindo tabagismo, consumo de álcool, obesidade e doença do refluxo gastroesofágico (DRGE). A informação é de uma pesquisa apresentada durante a última Reunião Científica Anual do Colégio Americano de Gastroenterologia.

O estudo, Diabetes Mellitus aumenta o risco de Esôfago de Barrett: resultados de um estudo de caso com um grande grupo controle, realizado pela Clínica Mayo, sugere que se o paciente tem diabetes, seu risco de Esôfago de Barrett pode ser quase o dobro de quem não tem a doença.

Segundo os pesquisadores, esse risco pode ser maior para os homens com diabetes, provavelmente porque os homens tendem a acumular mais gordura no abdômen em comparação com as mulheres, que tendem a acumular mais gordura em torno dos quadris e coxas.

A diabetes tipo 2 é a forma mais comum da doença, hoje, no mundo. É também chamada de diabetes não insulinodependente ou diabetes do adulto e corresponde a 90% dos casos de diabetes.

Para realizar o estudo de controle de base populacional, os pesquisadores utilizaram dados do United Kingdom’s General Practice Research Database (um banco de dados de cuidados primários com mais de 8 milhões de pacientes britânicos), onde identificaram 14.245 casos de Esôfago de Barrett e 70.361 sem a doença (grupo controle).

Os casos identificados da doença eram mais prováveis em pacientes com diabetes tipo 2 do que entre os integrantes do grupo de controle que já haviam fumado e/ou consumido álcool. A média do IMC (índice de massa corporal) também foi maior nos pacientes com a doença do que no grupo controle, tanto no início, quanto durante o período de estudo.

Esôfago de Barret: entenda a doença

“O Esôfago de Barret é uma condição que atinge a porção final do esôfago, caracterizada pela substituição das células de sua mucosa (camada interna). A doença é uma complicação da Doença do Refluxo Gastro Esofágica. Pacientes com DRGE não tratados ou quando o tratamento clínico não é eficiente, têm as células da camada mucosa do esôfago, que não são preparadas para o contato com o conteúdo ácido do estômago que reflui, substituídas por outras mais resistentes ao ácido. Normalmente, a substituição é feita por células semelhantes às da mucosa do intestino (metaplasia intestinal)”, afirma o gastroenterologista Silvio Gabor (CRM-SP 47.042).

Cerca de 10% dos pacientes com Esôfago de Barret podem desenvolver câncer de esôfago. Como não existe uma sintomatologia própria, os pacientes apresentam sintomas parecidos com a DRGE.

“O diagnóstico é feito por meio de uma endoscopia, onde o médico pode notar a mudança no aspecto da mucosa. A biopsia de material colhido na endoscopia confirma o diagnóstico. O tratamento inicialmente é clínico, com as mesmas medidas gerais e medicamentos da DRGE. Em alguns casos, indica-se o tratamento cirúrgico, que tem os mesmos princípios do tratamento cirúrgico da DRGE”, explica Gabor, que também é cirurgião.

Embora o estudo da Clínica Mayo seja retrospectivo – e mais estudos futuros são necessários para compreender melhor a ligação entre o Esôfago de Barrett e Diabetes tipo 2 – os resultados oferecem informações valiosas e que potencialmente podem salvar vidas.

“Segundo os resultados da pesquisa, se o paciente emagrecer, o risco de Esôfago de Barrett e de câncer de esôfago podem diminuir. Os autores sugerem que pacientes que estão acima do peso, especialmente homens diabéticos, que carregam excesso de gordura na barriga, devem conversar com seus médicos sobre o risco de Esôfago de Barrett para saberem se devem ou não se submeter a uma triagem preventiva  através de uma endoscopia digestiva”, diz o gastroenterologista Silvio Gabor.

Redação Vida Equílibrio

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