Disfunção Erétil é alerta do organismo

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Você sabia que a Disfunção Erétil (DE) pode indicar outros problemas de saúde? Esta doença, que acomete cerca de 25 milhões de homens no Brasil, em alguns casos pode não ser um problema isolado. Ela é às vezes sinal de que algo não vai bem no organismo, pois pode preceder os sintomas e estar frequentemente associada a doenças como diabetes, hipertensão ou infarto do miocárdio.

Segundo estudo publicado na revista científica Arquivos Brasileiros de Cardiologia, os homens acometidos pela DE têm mais chance de apresentar alterações cardiovasculares. Dos participantes, 287 homens entre 24 e 83 anos, 150 (52%) tinham a função erétil normal. O restante, 137 pacientes (cerca de 47%), apresentaram algum grau de DE. Já a hipertensão arterial foi detectada em 135 dos pesquisados (aproximadamente 47%) e o diabetes foi diagnosticado em 49 dos estudados (17%).

“A DE está diretamente ligada à doença coronariana. Isso porque ambas têm em sua origem algum acometimento na circulação arterial”, comenta o urologista Geraldo Faria, Presidente SLAMS – Sociedade Latinoamericana de Medicina Sexual. “Contudo, a DE aparece em geral alguns anos antes dos eventos coronarianos, porque a espessura das artérias que irrigam o sangue para o pênis tem um ou dois milímetros aproximadamente. Já as do coração medem três ou quatro milímetros”, explica o especialista.

As estatísticas internacionais, como o estudo “The Multinational Men’s Attitudes to Life Events and Sexuality (MALES), reforçam a conclusão da publicação científica brasileira. O MALES ouviu mais de 27.000 homens entre 20 e 75 anos na Europa, América do Norte e América do Sul, com o objetivo identificar a prevalência da disfunção erétil e o relato espontâneo de problemas de saúde na população masculina.

O estudo concluiu a alta prevalência da DE e sua associação com doenças cardiovasculares, como hipertensão arterial e infarto do miocárdio. De acordo com os resultados, 29% dos homens com DE tinham também taxa elevada de colesterol. Já 25% dos participantes que declararam serem ansiosos ou depressivos, também tinham DE.

“Esses números mostram uma realidade preocupante. Contudo, não há necessidade de alarde, mas de atenção e acompanhamento médico quando a DE começa”, alerta o especialista. “O acompanhamento médico, complementado por exames preventivos periódicos, podem proporcionar uma vida plena de saúde”, conclui.

Existe tratamento para todos os graus de dificuldade de ereção. Mesmo os homens com insuficiência cardíaca, pressão alta e outras doenças relacionadas ao sistema cardiovascular podem fazer uso de medicamentos para o tratamento da disfunção erétil, como o Viagra, desde que orientados por seus médicos.