Doenças Neurológicas

6aAs doenças neurológicas afetam as pessoas de várias formas e em vários graus. Por exemplo, um paciente que sofreu um acidente vascular cerebral pode ficar hemiplégico, afásico ou mesmo amaurótico. Uma pessoa que esteja sofrendo uma crise de enxaqueca pode ficar impossibilitada de trabalhar ou de ir à escola. Um paciente com doença de Parkinson fica muito limitado para exercer as atividades diárias. E assim por diante.

No entanto, dentre as doenças neurológicas, a epilepsia é uma das que causam limitações enormes a vida de seus portadores, podendo aprisiona-los numa espécie de “sombra” (termo usado na área médica). A epilepsia é um sério problema de saúde e não tem distinção de idade, raça ou classe social. É a segunda doença neurológica mais prevalente, ficando atrás apenas do acidente vascular cerebral. Ela atinge em torno de 1% e 2% da população mundial, sendo maior nos países subdesenvolvidos.

No Brasil, estima-se que 1,5% da população seja epiléptica, que corresponde a cerca de 3 milhões de epiléticos. Várias são as razões apontadas para as pessoas que sofrem da doença e o neurocirurgião Dr. Francinaldo Lobato Gomes – que é mestre em neurociências e especialista em neurocirurgia de epilepsia e distúrbios de movimento pela Universidade de São Paulo (USP) – elenca os principais motivos que influenciam direta e negativamente na qualidade de vida delas, bem como de seus familiares.

Uma delas é o preconceito que as pessoas com epilepsia sofrem na sociedade. Fatores como a imprevisibilidade das crises, frequência, intensidade e duração das crises, uso de medicações e o estigma criado pela doença impõem grandes dificuldades aos pacientes epilépticos. Outro aspecto é o prejuízo que ela traz ao paciente e seus familiares, como, por exemplo, pais de crianças portadoras da doença relatam tornar-se superprotetores e, como resultado, tem medo de conceder independência ao filho nos momentos sem crises.

A epilepsia também impõe restrições aos pacientes. Adultos sofrem limitações legais, como, por exemplo, dirigir, conseguir emprego, além de preconceito. Muitas pesquisas mostram que um número significativo de pessoas com epilepsia sentem-se estigmatizadas. “Há relatos de que aproximadamente 1/3 das pessoas com epilepsia que se casaram depois do início das crises, não contaram para seus cônjuges sobre sua condição, usando fugas como “desmaios”, “ataques” para justifica-las. Além disso, mais da metade das pessoas com a doença nunca contou para os seus chefes sobre a sua condição e 18% dos que falaram, tiveram incidentes que prejudicaram suas carreiras”, acrescenta Dr. Francinaldo Gomes.

Outro aspecto a ser ressaltado é a dificuldade de inserção no mercado de trabalho. Os índices de desemprego das pessoas com epilepsia são, em geral, 3 vezes mais altos do que os da população comum. A taxa de desemprego atinge cerca de 46% dentre os pacientes com epilepsia. Os medicamentos também adicionam limitações, pois seu tratamento tem diversos efeitos colaterais, entre eles, sonolência excessiva, diminuição da atenção, alucinações, zumbido, tontura, dificuldade de coordenação e intolerância gastrointestinal, dificultando assim, atividades de lazer, convívio social e aprendizado.

Outra razão que afeta a vida do epilético é o estigma em torno da doença. Estima-se que cerca de 51% das pessoas com epilepsia sentem-se estigmatizadas e 18% informaram sentir-se muito estigmatizadas. Altos índices foram correlacionados com preocupação, sentimentos negativos sobre a vida, problemas de saúde antigos, danos e efeitos colaterais das drogas antiepilépticas.

“A epilepsia é uma doença neurológica frequente e que exerce impacto negativo em todos os aspectos relacionados à qualidade de vida de quem é portador da doença. A assistência adequada aos epiléticos permite redução de gastos com dias de trabalho perdidos, redução do preconceito, melhora da autoestima, redução de gastos com internação hospitalar e benefícios sociais e, principalmente, reintegração destes pacientes com a sociedade e com o mercado de trabalho”, ressalta Dr. Francinaldo Gomes.

Vida Equilíbrio

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