É possível diminuir os efeitos da ressaca?

dor de cabeça

Foto: Corbis

Caracterizada por efeitos físicos e mentais adversos, com uma variedade de sintomas, a “ressaca” sempre está associada à intoxicação pelo álcool. Justamente por esta variação grande dos sintomas (de pessoa para pessoa e de ocasião para ocasião), não há uma definição exata da ressaca. Dentre os sintomas mais comuns estão: dor de cabeça, náuseas, problemas de concentração, boca seca, tontura, desconforto gastrintestinal, cansaço, tremores, falta de apetite, sudorese, sonolência, ansiedade, e irritabilidade. Mas o que faz uma pessoa ter ressaca ou não? Existem várias hipóteses para explicar o surgimento e a gravidade da ressaca, sendo alguns dos principais fatores influenciadores: a quantidade de álcool consumida, o tipo de bebida alcoólica e o intervalo de tempo do consumo. Além disso, a vulnerabilidade à dependência de álcool (como predisposição genética) e outros fatores psicológicos também parecem estar relacionados ao problema.

Vários sintomas da ressaca podem ser explicados pelos efeitos diretos do álcool sobre diferentes sistemas fisiológicos. Os principais estão relacionados à desidratação, hipoglicemia e alterações no sono provocadas por essa substância. O álcool, por si mesmo, induz a desidratação, e alguns de seus efeitos comuns na ressaca, como suor, vômito e diarréia, promovem uma perda de água ainda maior. Assim, é importante lembrar que, durante a ressaca (ou durante/após o consumo não-exagerado de álcool), é essencial reidratar-se. Já a hipoglicemia induzida pelo álcool pode afetar o funcionamento cerebral, levando a estados de fraqueza, cansaço e mudanças de humor, também observados durante a ressaca. Os efeitos cognitivos, como perda de memória e alterações de humor, seriam decorrentes do aumento nas concentrações de algumas citocinas pró-inflamatórias, proteínas sinalizadoras envolvidas na resposta inflamatória.

Por outro lado, as alterações do sono induzidas pelo álcool, por interferir na atividade do cérebro e nos níveis de hormônios que regulam o sono e o “relógio biológico”, estariam relacionadas à duração e qualidade do sono, e não exatamente à quantidade de álcool consumida. Dessa maneira, os efeitos do álcool no sono poderiam explicar o cansaço e a disfunção cognitiva observados durante a ressaca. Taquicardia, sudorese, náusea e vômito podem estar associados a efeitos tóxicos provocados pelos congêneres (compostos quimicamente relacionados ao álcool, produzidos durante a fermentação alcoólica ou adicionados durante o processo de produção da bebida, e outras substâncias que dão sabor e cor às bebidas alcoólicas) ou pelo acetaldeído, substância resultante da metabolização do álcool.

Muitas pessoas querem dicas para evitar ou diminuir os efeitos da ressaca. Com relação a isso, não tenho dúvidas – a única maneira de ter certeza de que não terá ressaca é não beber abusivamente. Se for beber, que seja de forma responsável e moderada, hidratando-se e comendo bem para evitar a hipoglicemia. Respondendo ao título deste artigo, só é possível diminuir os efeitos da ressaca bebendo menos – pois esta é a maneira que nosso organismo tem de nos lembrar sobre os perigos do consumo excessivo de álcool.

Tags:
Vida Equilíbrio

Vida Equilíbrio

Quando em excesso, qualquer coisa faz mal. Por isso sempre dizemos que equilíbrio é a palavra chave. Nós, do Vida Equilíbrio, queremos informar a melhor maneira de atingir o equilíbrio entre corpo, mente e alma. Dicas de saúde e bem-estar estão aqui para te ajudar a levar uma vida mais equilibrada e feliz.

Leave a Comment