Etilismo na gestação: riscos para a mamãe e bebê

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Pouco se fala sobre o consumo de álcool durante a gestação. Alguns médicos dizem que uma taça de vinho ao dia não faz mal. Mas qual é o limite? Quais são os riscos?

“Precisamos lembrar que o álcool é uma substância com livre passagem pela placenta e, portanto, chega rapidamente ao feto”, destaca o médico especialista em Reprodução Humana, Dr. Fabio Cabar*. O fígado do bebê, ainda em formação, metaboliza o álcool duas vezes mais lentamente que a mãe e, por isso, fica mais tempo com a substância no seu organismo. “Os riscos para as gestantes que consomem álcool vão desde o trabalho de parto prematuro até o aborto espontâneo, passando por falta de crescimento do bebê, rosto desfigurado e retardo mental, dependendo da fase da gravidez e também da quantidade de álcool ingerido”, alerta.

Para se ter uma ideia, a probabilidade de aborto espontâneo quase dobra em gestantes que consomem álcool. Como não há um consenso sobre a quantidade que seria aceitável sem afetar o bebê, o Ministério da Saúde aconselha que mulheres grávidas não tomem bebidas alcoólicas. Para as mamães que não conseguem evitar, uma boa saída é a substituição por cervejas não alcoólicas, coquetéis sem álcool ou mesmo uma água com gás com um pouquinho de limão ou hortelã. “Os riscos são sérios e quando ocorre a Síndrome Fetal do Álcool, podem resultar em malformações do bebê ou mesmo distúrbios de comportamento durante a infância”, ressalta o especialista.

A Organização Mundial da Saúde estima que a cada ano 12 mil bebês no mundo nascem com a Síndrome Fetal do Álcool ou Síndrome do Alcoolismo Fetal (SAF) ou 2,2 de cada mil nascimentos vivos. Na maioria dos casos, os bebês com SAF já apresentam alguma malformação ao nascer, mas alguns sintomas podem não ser evidentes até que o bebê complete entre 3 e 4 anos. Falando de uma forma coloquial, a síndrome pode ser vista como um “invólucro permanente” para o bebê, pois faz com que o seu crescimento seja tardio e reduz a sua capacidade intelectual. “Mesmo depois de dar à luz, as mães devem se manter abstêmias até o final do período de amamentação”, destaca Dr. Cabar.

Sobre aquela velha desculpa de que uma dose não faz mal a ninguém, os especialistas afirmam que é sempre melhor evitar. O cuidado deve ser ainda maior para as futuras mamães que têm antecedentes familiares de alcoolismo e uma história pessoal de excessos, as quais apresentam maior risco de causar danos ao feto. “Na dúvida, acredito que o melhor seja sempre evitar”, reforça o especialista.

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