Falando sobre a morte com os pequenos

Um animalzinho de estimação, o coleguinha de escola ou mesmo um parente próximo, como o vovô. O final da vida é sempre percebido como algo ruim ou angustiante, mas poupar as crianças da morte ou de seu conceito não é a melhor maneira de fazer com que elas cresçam sem medo. Crianças de até três anos não conseguem perceber claramente que a morte é definitiva, mas entendem que não irão mais brincar com a avó, por exemplo. Já as mais velhas entendem que a morte é algo natural e precisam de explicações concretas para entendê-la. Mas é a partir dos 12 anos que elas conseguem compreender todo o processo de morte.

“A partir do momento que a criança é capaz de sentir a falta, ou seja, desde muito pequena, é necessário situá-la da situação vivida, não sendo possível supor que ela não está percebendo nada”, afirma a psicóloga Fernanda Nogueira de Farias. Segundo a profissional, muitas vezes o adulto prefere ignorar uma conversa sobre o assunto por ele mesmo ter dificuldades de lidar com a morte. “Esse tipo de conversa é um momento importante, pois a forma como for contada e vivida esta morte vai introduzir a criança em um tema fundamental para a compreensão da própria vida”, diz Fernanda.

Cada criança mostra o luto de diferentes modos, e esse processo é fundamental para conseguir passar por esse momento sem traumas. O melhor a fazer é deixá-la perguntar o que quiser, encorajando-a a expressar o que sente. As perguntas devem ser respondidas com palavras simples e frases curtas, para que ela possa entender o processo natural de morte. Se os pais agirem com naturalidade, a criança lidará com a morte sem problemas. “Os livros e as historinhas também podem ser de grande auxílio se os responsáveis tiverem muita dificuldade de tocar no assunto. É importante que a escolinha também esteja a par do que está acontecendo para que as professoras e colegas possam acolher o sofrimento e mesmo conversar sobre o assunto”, defende a profissional.

 Os pais devem evitar expressões como “dormiu para sempre” ou “descansou”, pois a criança pode ficar com medo na hora de dormir ou achar que a pessoa que morreu acordará. Dizer que a pessoa ”foi embora” ou “foi fazer uma longa viagem” também pode confundir os pequenos. “Deixar a criança à mercê das fantasias é o que não se deve fazer. A questão fundamental é como dizer, e esse ‘como’ vai depender de cada família”, explica Fernanda. Uma família religiosa, por exemplo, pode usar a religião, fazendo uso de uma linguagem coerente com a idade da criança. “Várias são as formas de abordar essa dor da perda. O que não se pode é deixar a criança sucumbir na dor até que a imagem do que se foi desapareça. Isso destitui inclusive a memória dela em relação ao que viveu junto a essa pessoa que se foi”, conclui.

Redação 2nd

Vida Equilíbrio

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