15 de dezembro de 2010 | Saúde

Fumar pode acarretar danos para outros orgãos além do pulmão

Estudos apontam que a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é relacionada a uma inflamação sistêmica, aumentando o risco de outras doenças

cigarro

Foto: SXC

Além de período de festas, o fim do ano é para muitas pessoas um momento de reflexão sobre o ano que passou e de planejamento para o ano novo. A saúde é um dos elementos mais lembrados na lista de votos para o recomeço. Parar de fumar é uma dessas promessas difíceis de cumprir, mas cujo resultado pode ser extremamente positivo em termos de qualidade e anos de vida.

O tabagismo é responsável por 80% dos casos de DPOC, a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica. Consequência de anos de inalação de gases e partículas tóxicas, a patologia é hoje a quinta maior causa de mortalidade no mundo, e em 2030 chegará ao terceiro lugar no ranking das doenças que mais matam, segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS).

A DPOC é caracterizada principalmente pela falta de ar, tosse e dificuldade em realizar atividades que exigem esforço físico. Para um paciente com DPOC, tarefas simples como tomar banho e caminhar podem se tonar extenuantes. Entretanto, não é apenas o pulmão que é atingido pela DPOC. Diversos estudos apontam que a doença resulta em uma inflamação sistêmica, podendo afetar outros órgãos.

O efeito sistêmico da inflamação da DPOC no organismo está relacionado ao aparecimento de comorbidades, ou seja, doenças coexistentes. A dificuldade em respirar leva à baixa oxigenação do sangue. Esse fator, somado às toxinas liberadas pelo organismo durante o processo de inflamação e ao sedentarismo, contribui para o desenvolvimento de outros problemas de saúde.

“A DPOC está associada a diversas comorbidades. As mais comuns são problemas cardíacos, osteoporose, infecções respiratórias, depressão, diabetes e até mesmo câncer de pulmão”, explica Dr. Carlos Cezar Fritscher, pneumologista e professor da PUC do Rio Grande do Sul.

“Como a inflamação está presente na maioria das doenças relacionadas à DPOC, a expectativa é que ao se conseguir tratar a inflamação, haverá também uma melhora geral do estado de saúde do paciente”, complementa o médico.

A boa notícia é que este ano chegou ao mercado europeu o primeiro medicamento específico para tratar a inflamação da DPOC. Produto de uma nova classe terapêutica, o roflumilaste, um inibidor seletivo da enzima fosfodiesterase 4 (PDE4), tem um mecanismo inédito de ação anti-inflamatória. O produto está disponível na Europa e deve chegar ao Brasil em 2011.

Os medicamentos têm um papel importante a cumprir no tratamento da doença. Entretanto, vale lembrar que a melhor forma de prevenir a DPOC é parar de fumar, e essa também é a primeira recomendação de tratamento para quem já tem a doença.

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